60% dos novos vizinhos de Bolsonaro são militares

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Foto: Deborah Hana Cardoso/Metrópoles

A rotina do condomínio Solar de Brasília, no Jardim Botânico, ficou mais agitada com a chegada do novo morador, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Para os vizinhos, a presença do político de extrema direita no residencial divide opiniões.

O ex-chefe do Executivo desembarcou no Aeroporto Internacional de Brasília na manhã dessa quinta-feira (30/3), sob forte esquema de segurança. Entretanto, Bolsonaro só chegou à residência no início da tarde.

O Metrópoles entrou em contato com moradores do condomínio para saber o que eles acham sobre compartilharem o espaço com Bolsonaro, um nome idolatrado por muitos e odiado por tantos outros. Para preservá-los, as identidades dos agora vizinhos do conservador não serão divulgadas.

Um homem, de 67 anos, revelou sua total antipatia pelo novo vizinho: “Odeio o Bozo (Bolsonaro). Então, achei uma merda ele ter vindo para cá”. Ele confessa que a chegada do ex-presidente deve afetar pouco a sua rotina, mas acaba gerando um mal-estar por “ver figuras políticas ruins entrando e saindo no condomínio”.

“Acho que a maioria não vai se importar. Esse condomínio tem uns 60% de milico (militares). Devem até ter votado nele. É uma região de mais ricos, eleitores do Bolsonaro”, detalhou.

Um outro morador do residencial, de 59 anos, tem opinião diferente. Ele até gostou do movimento que o ex-chefe do Executivo causou no local. De acordo com ele, é provável até que os imóveis do condomínio valorizem.

“Pensa comigo: ele (Bolsonaro) está trazendo visibilidade para cá. A pessoa vê um ex-presidente vindo morar aqui e acha que é um lugar bom. Porque um político como ele não viria para um condomínio ruim e sem segurança, não é?”, assinalou.

O condômino adorou a chegada do político e considera Bolsonaro o “melhor presidente” que o Brasil já teve. “Tem como não gostar? Vai ser bom demais”, concluiu.

Outro morador, de 32, também reforça que nada vai mudar na sua vida. “Sendo sincero, só percebi alguma movimentação agora pela tarde. E só por parte da imprensa. Tirando isso, não vi nenhum outro agito com a chegada do Bolsonaro aqui”, disse.

Para ele, é motivo de orgulho ter um ex-presidente tão perto, independentemente de qual político fosse: “Tanto podia ser ele (Bolsonaro) quanto o Lula, que eu ia ser tranquilo. Eu mesmo vou seguir vivendo normalmente”.

Ao ver uma grande movimentação de jornalistas em frente à portaria do Solar de Brasília, moradores do condomínio manifestavam suas opiniões de dentro dos carros. Com o capô do veículo coberto pela bandeira brasileira, um deles fazia um gesto de “arma” com as mãos, símbolo adotado por seguidores do ex-presidente, defensor do porte e da posse de armas por cidadãos comuns. Outra mulher brincou: “O Ali Babá já chegou? E os outros 40 ladrões?”, questionou.

Jair Bolsonaro voltou ao Brasil na manhã dessa quinta-feira, depois de passar três meses nos Estados Unidos. Ele desembarcou no Aeroporto Internacional de Brasília em voo comercial e seguiu para a sede o Partido Liberal (PL), no Brasil 21, onde foi recepcionado por aliados.

O ex-presidente foi recebido na garagem do edifício pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, pelo senador e filho dele, Flávio Bolsonaro, e pelo deputado federal Hélio Lopes, conhecido como Hélio Negão.

Na sequência, já na sede do partido, Bolsonaro foi recebido aos gritos de “O Capitão voltou” por muitos políticos aliados. Entre alguns nomes, estavam os deputados federais general Pazuello, ex-ministro da Saúde, Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente, e os senadores Ciro Nogueira e Esperidião Amin.

Metrópoles