Cabral vai às redes relatar prisão
Foto: Fabio Motta/Estadão
O ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho criou uma conta no Instagram para compartilhar experiências “de trinta anos de vida pública e também falar sobre a experiência dos 6 anos e 1 mês de prisão”. Cabral voltou a se expor publicamente depois de libertado de prisões preventivas por acusações de corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa, evasão de divisas, formação de cartel, entre outras.
O ex-chefe do Executivo fluminense acumula mais de 400 anos de cadeia em condenações, mas nenhuma ação transitou em julgado (ou seja, encerrada sem possibilidade de novos recursos). No fim do ano passado, ele passou a cumprir prisão domiciliar.
“Hoje começamos um relacionamento aqui pelo Instagram. Minha intenção é passar para vocês um pouco da minha história nos mais de 30 anos de vida pública e também falar sobre a experiência dos 6 anos e 1 mês de prisão. Espero que vocês gostem e que seja uma troca positiva”, escreveu Cabral na primeira postagem na rede social.
Com mais de 10 mil seguidores em três dias, Cabral publicou fotos com os netos, com a mãe e vídeos com a Baía da Guanabara ao fundo para falar sobre literatura e antirracismo. O ex-governador cita nomes de autores que conheceu durante o período em que ficou preso: “Nesses anos de prisão fiquei muito impressionado com livros de autores pretas e pretos que eu ainda não havia lido”.
Na quarta-feira, 8, Cabral postou uma foto com a mãe em homenagem ao Dia da Mulher: “Magaly Cabral, minha mãe, minha melhor amiga, mulher inspiração para toda nossa família”. O ex-governador também publica vídeos fazendo exercícios numa academia. Na rede social, ele se descreve como “Jornalista, Diretor da TurisRio, Deputado Estadual, Presidente da Alerj, Senador da República e Governador do Rio”.
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A Justiça Federal revogou no mês passado a última ordem de prisão domiciliar contra Cabral. A 1.ª Seção Especializada do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2), no Rio de Janeiro, decidiu que o ex-governador deverá usar tornozeleira eletrônica, mas está autorizado a sair do apartamento em Copacabana onde cumpria a medida.
A decisão foi tomada na ação penal da Operação Calicute, processo que o ex-governador foi preso, em novembro de 2016, acusado de desviar recursos federais em obras públicas. Primeira ação penal a prender Cabral, a Calicute era o motivo do último mandado de prisão preventiva que ainda estava válido, até ser revogado, possibilitando, na prática, a libertação do ex-governador.
Cabral ficou preso por seis anos – de novembro de 2016 a dezembro do ano passado, quando foi para prisão domiciliar. O ex-governador foi o último político preso na Operação Lava Jato a deixar o regime fechado.