Comitiva de Lula à China tem até deputado que o insultou
Foto: Agência O Globo
Entre os mais de 139 convidados para integrar a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em sua viagem à China nesta semana, um nome se destaca. O deputado federal Alex Manente (Cidadania), além de opositor do petista, já o chamou de “líder da maior quadrilha do Brasil” em postagem nas redes sociais.
A declaração foi feita em 2020, em um post em que o parlamentar defendia o ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União). À época, o ex-magistrado tinha deixado o cargo de ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro.
“Eu acredito no Sergio Moro. Foi ético para prender o líder da maior quadrilha do Brasil. Foi firme para seguir a maior operação de combate à corrupção do mundo”, escreveu Manente.
Eu acredito no Sérgio Moro.
Foi firme para seguir a maior operação de combate à corrupção do mundo.
Foi ético para prender o líder da maior quadrilha do Brasil.
Foi honesto ao aceitar o cargo de Ministro.
Moro se manteve firme aos seus princípios. Eu também seguirei.
— Alex Manente (@AlexManente23) April 24, 2020
O deputado foi convidado para integrar a comitiva presidencial por ser o líder do Cidadania na Câmara. O grupo que fará a viagem é formado por membros da frente parlamentar Brasil-China, lideranças partidárias e de representantes do governo nas Casas. Ao todo, mais de 100 empresários e 39 parlamentares foram convidados.
Na lista, há até mesmo representantes de partidos de oposição, como os deputados federais Fausto Pinato (PP-SP), Eduardo da Fonte (PP-PE) e Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP). Há ainda parlamentares de legendas do Centrão, como Fábio Macedo (Podemos-MA), que é líder do partido, e Fred Costa (Patriota-MG), que está à frente do Patriota na Câmara.
Também estarão presentes nomes que contribuíram para a campanha de Bolsonaro ou de aliados dele, além de parlamentares que deram sustentação à gestão anterior. De acordo com o Entre os membros da comitiva está Hugo Leonardo Bongiorno, diretor na Avenorte, grupo do setor de avicultura, que segundo registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deu uma doação de R$ 25 mil para a campanha do ex-presidente. Também há uma contribuição em seu nome de R$ 62,5 mil para o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), aliado de Bolsonaro.
Ainda no grupo de empresários estão os irmãos Wesley e Joesley Batista, do Grupo J&F, que chegaram a firmar um acordo de delação premiada durante a Lava-Jato que citava o ex-presidente Michel Temer. Kleverson Scheffer, do grupo Bom Futuro — ele é filho de Erai Maggi, o “Rei da Soja”, também está na lista. A comitiva terá ainda líderes da Marfrig e Bayer. O governo não vai pagar a viagem dos empresários, que terão que bancar seus próprios gastos.