DF proíbe Bolsinaro de desfilar pelas ruas

Todos os posts, Últimas notícias

O secretário de Segurança do DF, Sandro Torres Avelar, disse que não será permitido desfile de Bolsonaro em carro aberto Foto: Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados

A Secretaria de Segurança do Distrito Federal e a Polícia Federal montaram esquema especial de policiamento para a volta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Brasil. O desembarque dele está previsto para a manhã desta quinta-feira, 30 em Brasília. A PF informou que, por enquanto, não permitirá que Bolsonaro use o saguão principal do aeroporto. A instituição alega que precisa preservar a segurança do local.

A secretaria do DF também não pretende permitir que o ex-presidente faça desfile em carro aberto, como chegou a ser cogitado por aliados de Bolsonaro. O secretário de Segurança do DF, Sandro Avelar, sustentou que ações do tipo infringem o código de trânsito e não serão permitidas pelo Detran.

O diretor da PF Cezar Luiz Busto afirmou que a orientação vigente na corporação até o momento é de que Bolsonaro faça o desembarque por uma área restrita do Aeroporto Juscelino Kubitschek para evitar que apoiadores se aglomerem no saguão. “O determinado por enquanto é que não sairá pelo saguão. Nós decidimos em reunião que não é viável o seu desembarque pelo saguão normal”, disse.

A PF também não deve permitir o acesso de parlamentares ligados a Bolsonaro na área restrita do aeroporto. Circula entre deputados e senadores bolsonaristas a versão de que deverão recepcionar o ex-presidente logo após o desembarque. Eles também têm estimulado que apoiadores compareçam ao aeroporto para garantir que a chegada de Bolsonaro ganhe aspectos de grandiosidade.

O governo do DF, contudo, tem feito apelos para que os apoiadores de Bolsoanro não se aglomerem nos arredores do aeroporto. A Secretaria de Segurança Pública montou uma mega estrutura de monitoramento do trânsito e deve contar com um efetivo reforçado de policiais militares e agentes do Departamento de Trânsito (Dentran) para garantir o deslocamento de Bolsonaro, que deve ser feito do aeroporto até a sede do Partido Liberal, no centro de Brasília.

Ao desembarcar de seu voo comercial vindo dos Estados Unidos Jair Bolsonaro será submetido ao procedimento convencional de inspeção das malas pela Alfândega e deverá apresentar recebidos de eventuais compras à Receita Federal. Como revelou o Estadão, Bolsonaro ficou com um terceiro estojo de jóias presenteado pelo governo Arábia Saudita, que deveria ter sido entregue ao acervo da Presidência da República até dia 31 de dezembro do ano passado, quando deixou o cargo após a derrota eleitoral para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O vice-presidente da Iframerica, Jean Djedjeian, afirmou que o ex-presidente “passará pelo procedimento normal igual a qualquer outro passageiro” – ou seja, deverá prestar contas das mercadorias trazidas dos Estados Unidos à Receita Federal e terá suas malas inspecionadas pela Polícia Federal (PF).

A autoridade aeroportuária estima que 137 operações áreas serão realizadas até as 10h da próxima quinta. A PF tem frisado que qualquer movimentação atípica nas proximidades do aeroporto de Brasília pode afetar a malha área de todo o País. “Qualquer problema que tivermos no aeroporto de Brasília não vai repercutir só na população local, mas em toda a malha aérea brasileira”, disse o diretor da PF Cezar Busto.

“Estamos orientando que evite aglomeração de local para que não impacte na rotina do tráfego aéreo brasileiro”, afirmou.

O superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Igor Ramos, disse que a Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) identificou a movimentação atípica de ônibus de viagem em Brasília nos últimos dias, mas disse não poder compartilhar os dados levantados.

A Secretaria de Segurança do DF descarta, por ora, realizar revistas dos apoiadores de Bolsonaro nos pontos de controle ao longo do trajeto de deslocamento. Segundo o governo, eventuais aglomerações de motos e caminhões nas vias próximas do aeroporto serão serão submetidas à “triagem”. As autoridades argumentam que a revista só deve ser adotada em “situações suspeitas”.

Estadão