Evangélicos se unem a Moro contra Lula

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Foto: Reprodução CNN e TV 247

O embate entre Lula (PT) e Sergio Moro (União Brasil-PR) ao longo da última semana representou mais um episódio de repercussão negativa para o presidente no setor cristão, em especial o evangélico. De acordo com levantamento da Casa Galiléia, organização que promove iniciativas para a comunidade católica e evangélica, Lula ter considerado uma “armação” o plano de uma facção criminosa para atacar o senador foi o principal tópico discutido entre expoentes religiosos nas redes sociais, no período.

Mais uma vez, o presidente se distanciou do setor com o qual enfrenta dificuldades desde a posse a campanha eleitoral. Os dados consideram um universo de 2.459 posts e 424 vídeos espalhados por 378 páginas, canais e perfis entre 20 e 26 de março.

A repercussão negativa foi alavancada por parlamentares cristãos, como Nikolas Ferreira, Pastor Marco Feliciano e Magno Malta que fizeram publicações com associações falsas entre Lula e a facção criminosa.

“O grande especialista Felipe Neto não vai se pronunciar sobre o vínculo de e-mail “Lula Livre” com celular de criminosos do PCC? Nem sobre o integrante do PCC ter o mesmo advogado do filho do Lula? Vem cá, defender seu presidente, foquinha”, provocou Nikolas Ferreira em tuíte que obteve mais de um milhão de impressões.

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Entre as lideranças religiosas, o pastor e cantor gospel Rafael Bitencourt foi quem mais se destacou. O influenciador publicou um vídeo em que avalia o governo Lula como fracassado. Sem provas, o líder evangélico afirma que cargos foram vendidos e que os eleitores estão arrependidos de terem votado no petista, sugerindo um pedido de impeachment. Ao comentar a fala do presidente sobre o ex-juiz federal, o youtuber afirmou haver ligações históricas entre o grupo criminoso e o PT e disse, sem provas, que Lula estaria envolvido no plano de homicídio contra Moro. A gravação teve mais de 53 mil visualizações no Youtube.

O episódio representa mais um impasse entre o petista e o segmaneto. De acordo com a última Pesquisa Ipec, eleitores evangélicos confiam menos no presidente. Nesse grupo, que corresponde a mais de um quarto da população, são 31% os que avaliam a gestão petista como boa ou ótima, 32% os que a veem como regular, e 32% os que a classificam como ruim ou péssima.

A falta de acenos por parte do Planalto têm impedido que o outro lado se desarme. A Igreja Universal manteve nos últimos meses publicações críticas a Lula e ao Partido dos Trabalhadores, como num texto divulgado em dezembro pela Folha Universal: “Lula não é novidade. O PT não é novidade. Já conhecemos seu modo de governar, que quebrou o Brasil e foi responsável pelo maior escândalo de corrupção já visto neste país. Não existe razão para pensar que algo seria diferente desta vez. Se temos que esperar alguma coisa para o próximo mandato de Lula, é que o PT se manterá fiel à sua natureza e será ainda mais PT”.

Outro ponto levantado pelos pesquisadores da Casa Galiléia é o protagonismo assumido pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro na bolha cristã nas redes. Entre as lideranças políticas, a mulher de Bolsonaro é a que teve maior expressividade em interações no período analisado, deixando para trás nomes caros da base da extrema-direita, como Nikolas Ferreira (PL-MG), Damares Alves (Republicanos-DF), Magno Malta (PL-ES) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ)

O grande número de menções nesta semana se justifica pela posse de Michelle na presidência do PL Mulher, que ocorreu no último dia 21. Temas que circundaram a ex-primeira-dama, como escândalo das joia poe exemplo, não foram mencionados.

O Globo