Juiza enfiou Moro no caso PCC em fevereiro

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Foto: Reuters

Ao lançar dúvidas sobre a investigação que revelou um plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para sequestrar o senador Sérgio Moro (União-PR), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lembrou que foi a juíza Gabriela Hardt, da Justiça Federal em Curitiba, quem autorizou a prisão dos primeiros suspeitos.

“Quero ser cauteloso. Vou descobrir o que aconteceu. É visível que é uma armação do Moro. Eu vou pesquisar e saber o ‘porquê’ da sentença. Até porque fiquei sabendo que a juíza (Gabriela Hardt, da 9.ª Vara Federal de Curitiba) não estava nem em atividade quando deu o parecer para ele”, afirmou.

Gabriela Hardt substituiu Sérgio Moro na 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba e condenou Lula a 12 anos e onze meses de prisão no processo do sítio de Atibaia. A condenação foi revertida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A investigação sobre o plano de atentado do PCC tramita na 9.ª Vara Federal de Curitiba. A titular é a juíza Sandra Regina Soares, que entrou de férias no dia 16 de março. Gabriela Hardt está cobrindo a colega e, por isso, foi ela quem decidiu sobre a operação.

Gabriela Hardt autorizou operação que prendeu criminosos do PCC.

Em nota divulgada nesta sexta, a Justiça Federal do Paraná esclareceu que Gabriela Hardt foi designada para cobrir as férias da colega ainda em janeiro. A essa altura, o plano ainda não havia sido descoberto e a investigação sequer havia começado. O inquérito foi aberto no início de fevereiro.

“A Justiça Federal do Paraná comunica que, no dia 17 de janeiro de 2023, a juíza federal substituta Gabriela Hardt foi designada para atuar em substituição à juíza Sandra Regina Soares, em razão de concessão de férias regulamentares desta magistrada, para o período de 16/03/2023 a 04/04/2023, respondendo pela titularidade plena da 9ª Vara Federal de Curitiba e incumbida de responder por todos os processos em tramitação naquela vara federal”, diz o comunicado.

Gabriela foi responsável por autorizar as buscas e prisões feitas pela Polícia Federal na última quarta-feira, 22, na Operação Sequaz. A investigação identificou que os criminosos levantaram informações pessoais do senador e de sua família, monitoraram endereços ligados ao ex-juiz e chegaram a alugar imóveis para colocar o plano em prática no segundo turno da eleição.

Estadão