Lula prevê melhora da economia no mês que vem
Foto: Adriano Machado/Reuters
Esqueça as críticas de Lula a Roberto Campos Neto. Os ataques foram renovados em outra entrevista. Mas o mal que o presidente deseja a “esse cidadão” que chefia o Banco Central perdeu a relevância diante da incapacidade de Lula 3º de fazer bem a si mesmo e ao seu governo. O bumbo de Fernando Haddad assegurava que a nova regra fiscal e a reforma tributária fariam deslanchar a economia. Mas Lula sinalizou aos investidores que esperavam o sol nascer no Brasil que a alvorada talvez, quem sabe, pode chegar apenas em 15 de abril. O dinheiro não gosta de dúvidas e imprevistos.
Os termos da proposta sobre a nova regra fiscal estão condicionados ao desfecho de um jogo de gato e rato. De um lado, Haddad. Do outro, Lula e o PT. A reforma tributária também demora a vir à luz. Seu mentor, o secretário da Fazenda Bernard Appy, foge dos repórteres. E Lula já admite aprovar apenas parte do texto. Lula alegou que Haddad não poderia anunciar a regra fiscal e viajar com ele para a China.
Quem iria explicar as novidades? O blábláblá destoa do esconde-esconde. Imaginou-se que o programa econômico seria exposto na campanha. Não foi. Acreditou-se que os planos viriam na transição. Não vieram. Lula governa há mais de 80 dias. E nada! O problema não é a viagem à China. A questão é que, na economia, Lula 3º nunca deixa para amanhã o que pode ser deixado hoje. Dizia-se que o ano só começa no Brasil depois do Carnaval.
Lula adiou o início de 2023 para depois da Páscoa. No mês passado, disse que não precisa “pedir licença para governar”. De fato, não há necessidade de licença. Os investidores talvez concluam que, na economia, o que Lula precisa é começar a governar.