Mulheres ganham menos em redutos bolsonaristas

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Foto: Reinaldo Canato/VEJA

De cada cem pessoas, com mais de quatorze anos, ocupadas ou em busca de trabalho no Brasil, quarenta e quatro são mulheres.

Elas são, no total, 89,6 milhões. Mas apenas 47,9 milhões fazem parte da força de trabalho.

Eram maioria (55,5%), segundo o IBGE, entre os desempregados no terceiro trimestre do ano passado, quando foram realizadas as eleições gerais.

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São elas que lideram a maior parte (50,8%) dos 75 milhões dos lares, em todo o país. Isso significa que chefiam 38,1 milhões de famílias — 1,2 milhão a mais que os homens. Entre as chefes de família, as mulheres negras se destacam: comandam 21,5 milhões de domicílios (56,5% do total sob liderança feminina).

As não negras chefiam o restante 16,6 milhões (43,5% do total).

Um mosaico de desigualdades no mercado de trabalho foi localizado pelo o Dieese, organização de pesquisa mantida por sindicatos há mais de seis décadas, ao analisar os dados mais recentes do IBGE sobre a força de trabalho nacional: a discriminação é com a mulheres, principalmente negras. São eloquentes as diferenças na renda do trabalho entre mulheres e homens.

A média nacional é de 21%, mas há lugares onde o quadro está muito mais desproporcional. A Constituição proíbe e o governo deve reforçar com acréscimos na legislação a partir de amanhã. Mas a discriminação é grande e persistente.

O Estado líder em desigualdade é o Mato Grosso. Ali, elas ganham em média 32% menos que homens. Na sequência, aparece Goiás, onde mulheres têm remuneração 30% inferior.

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Espírito Santo e Paraná empatam (28%), seguidos de perto por Mato Grosso do Sul (27%). Mas não ficam distantes de Minas Gerais (25%), São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (24%).

A menor diferença de rendimento entre mulheres e homens foi localizada pelo Dieese na região Nordeste: Piauí (6%) e Bahia (9%). Nesses Estados, porém, a maior parte da força de trabalho feminina (cerca de 60%) está em atividades informais. Dois terços das mulheres ocupadas são negras.

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