Mulheres indígenas não têm pré-natal
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil/ foto de arquivo
Pesquisa da Fiocruz mostra que 51,6% das indígenas, de dez municípios, do Mato Grosso do Sul recebem sete ou mais consultas de pré-natal; 11,3% recebem entre quatro e seis consultas; e 11,3% não tiveram acesso ao pré-natal. O estudo mostra ainda que, dDo total de entrevistadas, 66,3% iniciaram o pré-natal apenas no primeiro trimestre, e cerca de 33,7% no segundo e terceiro trimestres de gestação. Segundo a pesquisadora Renata Picoli, o resultado da pesquisa evidencia as dificuldades no acesso pré-natal: “Isto pode sugerir desafios na organização do Sasi para oferta de cuidado”.
Já em relação ao parto, mostra o estudo, 75,7% tiveram parto normal e 24,3% cesareana. Em 2020, segundo dados do Sinasc, a taxa d ecesárea de mulheres não indígenas foi de 64,3%, significando cerca de três vezes a mais quando comparados à mulher indígena.
Segundo o Conselho Indigenista Missionário, o Mato Grosso do Sul foi responsável por 39% dos 1.367 assassinatos de lideranças indígenas no Brasil, de 2003 até 2019. É o estado com maior número de conflitos em áreas indígenas e também o vice-campeão nacional em concentração de terras.