Padilha diz que Bolsonaro terá que se explicar a partir de amanhã

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Foto: Gil Ferreira/Ascom-SRI

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta quarta-feira que o ex-presidente Jair Bolsonaro terá que dar explicações sobre o caso das joias ao chegar ao país nesta quinta-feira. Padilha deu a declaração após visitar o presidente no Palácio Alvorada. O petista despacha da residência oficial porque se recupera de uma pneumonia.

Indagado como o governo vê a volta de Bolsonaro, o ministro respondeu:

— Não cabe ao Palácio do Planalto ver a circulação de qualquer pessoa que se declare de oposição, muito menos de um ex-presidente que fugiu do país. Quem tem que ver é ele. Vai ter que chegar e dar explicações sobre as joias, vai ter que dar explicações sobre várias questões que estão sendo descobertas do governo dele, vai dar explicações sobre as obras paralisadas no país.

Bolsonaro deixou o Brasil no dia 30 de dezembro e desde então está nos Estados Unidos. Ele não passou a a faixa para Lula. Nesta semana, o jornal Estado de S. Paulo revelou que o ex-presidente recebeu um terceiro conjunto de joias do regime da Arábia Saudita, avaliado em cerca de R$ 500 mil. Entre as peças estão um relógio da marca Rolex, de ouro branco, cravejado de diamantes que foram incorporados a seu acervo pessoal. O estojo com as joias (caneta, relógio, anel, abotoaduras e um rosário) foi oferecido a Bolsonaro pelo governo da Arábia Saudita em 2021.

Na semana passada, os advogados de Bolsonaro devolveram um outro conjunto de joias e as armas recebidos de presente da Arábia Saudita. A devolução ocorreu por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). A entrega foi feita numa agência de penhor da Caixa Econômica Federal de Brasília.

O TCU também determinou que o primeiro conjunto de joias recebido da Arábia Saudita, que seria destinado à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, também deve ser enviado à Caixa. As peças avaliadas em R$ 16,5 milhões foram retidas pela Receita Federal no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, em 2021. Os itens para Michelle Bolsonaro entraram no Brasil na mochila do assessor do então ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque.

Nesta qurta-feira, Padilha negou que o retorno de Bolsonaro vá interferir no ambiente político. Sobre as medidas de segurança, Padilha disse que cabe ao governo do Distrito Federal cuidar disso. A expectativa é que Lula volte a despachar no Palácio do Planalto na quinta-feira. O ministro garante que o retorno do presidente após se recuperar da pneumonia, não levará em conta os movimentos do antecessor.

— Qualquer manifestação que tenha é de responsabilidade do GDF (governo do Distrito Federal). Isso não interfere em nada em qualquer passo do presidente (Lula).

Ainda de acordo com o ministro, Lula não fez nenhum comentário sobre o retorno de Bolsonaro ao Brasil.

O Globo