Promotor alvo do PCC explica estratégia da facção

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Foto: Notícias R7

O promotor de Justiça Lincoln Gakiya revelou no UOL News desta quinta que o ataque a autoridades orquestrado pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), que tinha ele mesmo e o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) como alvos, era um ‘plano B’. A primeira opção era resgatar Marcola, apontado como líder da facção criminosa. O plano não era só contra Sergio Moro e a mim. Em 2019, o PCC já havia determinado que a prioridade era tentar o resgate do Marcola. Eles determinaram isso como ‘plano A’ e o denominaram com ‘STF’.

O ‘plano B’ era o ‘STJ’. Se o resgate do Marcola não tivesse sucesso, era para desencadear o ‘plano B’, que eram ataques a agentes públicos e sequestro de autoridades para forçar o governo a devolver Marcola para o sistema penitenciário paulista.” Lincoln Gakiya, promotor de Justiça

Gakiya relatou que os sistemas de inteligência dos órgãos públicos de segurança detectaram que, além dele e de Moro, autoridades de Rondônia e Mato Grosso do Sul seriam alvo dos ataques planejados pelo PCC. Ele classificou a ação como de “natureza terrorista”.

Captamos esse plano de resgate e eles partiram para o ‘plano B’. Não foi só o Moro que teve seus dados levantados, mas também agentes públicos de Porto Velho (RO) e do Mato Grosso do Sul. Isso é uma típica atividade de natureza terrorista que essa facção vem deflagrando.” Lincoln Gakiya, promotor de Justiça

Sergio Moro se tornou alvo do PCC após proibir visitas íntimas aos presos no sistema penitenciário federal. Lincoln Gakiya forneceu alguns detalhes do plano traçado por facções criminosas para atacar servidores públicos e autoridades e frustrado pela Polícia Federal.

Moro é alvo destes criminosos por conta da portaria que ele baixou proibindo as visitas íntimas no sistema penitenciário federal. Isso realmente desagradou esses criminosos, não só do PCC, mas de todas as facções.” Lincoln Gakiya, promotor de Justiça

Josias de Souza criticou o discurso feito por Sergio Moro no Senado ontem. O colunista do UOL lamentou que o parlamentar tenha pregado o uso da força no combate ao crime organizado, quando o sistema de inteligência dos órgãos de segurança mostrou-se eficiente ao frustrar os ataques do PCC a autoridades. Moro foi salvo pelo setor de inteligência, mas subiu à tribuna do Senado para defender o uso da força. Ele teve a primeira oportunidade para exibir alguma serventia como parlamentar e se revelou inútil.

Moro não notou que a força se torna impotente quando falta método no combate ao crime organizado. No Senado, a sede de holofotes do Moro o leva a exagerar no autoelogio. Ele perdeu a oportunidade de perder uma oportunidade.” Josias de Souza, colunista do UOL

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