Sauditas encheram malas de joias para Obama e equipe
Foto: Pete Souza
O ex-presidente da República Jair Bolsonaro parece não ter sido o único a receber presentes valiosos da Arábia Saudita. Em 2009, uma equipe do então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, teria recebido malas cheias de joias em uma visita ao país do Oriente Médio. A história foi lembrada por Ben Rhodes, vice-conselheiro de Segurança Nacional e responsável pelos discursos de Obama, em seu livro ‘The World As It Is’, lançado em 2018.
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No relato, divulgado pelo jornal português Diário de Notícias após o lançamento do livro, Ben Rhodes diz que, ao chegar na Arábia Saudita, a equipe de Obama foi transportada em carros de golfe pelo deserto, até chegarem ao local onde ficaria instalada. Em suas acomodações, o autor do livro conta que encontrou uma enorme mala cheia de joias.
Rhodes afirma que, na época, chegou a imaginar que se tratava de um suborno na tentativa de influenciar o próximo discurso do ex-presidente. Não foi apenas o vice-conselheiro, no entanto, que recebeu a “lembrança”. Segundo o relato, todos da equipe receberam malas com joias. O procedimento exigia que tais presentes fossem entregues ao gabinete de Protocolo dos Estados Unidos, o que foi feito.
Ao jornal britânico The Guardian, Ben Rhodes contou que há a opção de comprar os presentes entregues ao gabinete, mas, devido ao valor das joias, acreditava que nenhum membro da equipe tenha efetuado a compra.
Segundo o The Guardian, o vice-conselheiro recebeu, na ocasião, um par de abotoaduras, um relógio masculino e outro feminino, uma caneta de prata, brincos, um anel e uma pulseira de diamante com valor em torno dos R$25 mil. Além dele, outros 13 membros da equipe receberam kits parecidos, cada um com valores que chegavam a quase R$50 mil.
O governo do ex-presidente Jair Bolsonaro tentou entrar ilegalmente no Brasil com joias avaliadas em 3 milhões de euros, o equivalente, na cotação atual, a aproximadamente R$ 16,5 milhões. O episódio, revelado pelo jornal Estado de S. Paulo, aconteceu em outubro de 2021 e envolveu várias tentativas subsequentes de liberar os itens da alfândega no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, onde o material acabou apreendido por não ser devidamente declarado. As pedras preciosas seriam um presente do governo da Arábia Saudita à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Segundo a publicação, o conjunto com colar, anel, relógio e um par de brincos de diamante estava na mochila de um militar, assessor do então ministro Bento Albuquerque. O titular das Minas e Energia voltava, na ocasião, de uma viagem pelo Oriente Médio. Ainda conforme o jornal, ao saber que as joias haviam sido apreendidas, Albuquerque retornou à área da alfândega e tentou, ele próprio, retirar os itens, informando que se trataria de um presente pessoal para Michelle.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu, nesta segunda-feira, que as joias que o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro tentou trazer para o Brasil de forma irregular em 2021, conforme reportagem publicada pelo jornal “O Estado de São Paulo”, fossem incorporadas ao patrimônio da União. Haddad questionou o valor dos artefatos, que teriam sido um presente de autoridades sauditas à ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro.