Sem risco de chacinas, sem-terra voltam a atuar

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Foto: MST

Os sem-terra ficaram quatro anos praticamente sem ocupar terras improdutivas ou de culturas predatórias como as fazendas de extração de matéria-prima para papel e celulose. Com Lula, as ocupações retornaram e, com elas, o discurso cínico dos proprietários de terras que descumprem a lei. Confira, a baixo, matéria do Estadão sobre o assunto

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Para Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo e presidente executivo da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), as invasões do Movimento dos Sem Terra (MST) em três fazendas de cultivo de eucalipto da empresa Suzano Papel e Celulose, nos municípios de Teixeira de Freitas, Mucuri e Caravelas, no sul da Bahia, “vão na contramão do desejo de fortalecimento da democracia ao aprofundar as divisões do País”.

A Ibá representa o setor de base florestal para fins industriais, com atuação em mais de mil municípios. Nesta entrevista ao Estadão, Hartung também critica o silêncio das autoridades diante das invasões do MST.

Do ponto de vista político e econômico, o que representa invasão pelo MST de áreas produtivas da empresa Suzano no sul da Bahia?
Vai na contramão do desejo de fortalecimento da democracia ao aprofundar as divisões do País, que se intensificaram ainda mais na disputa eleitoral. Se a sociedade quer fortalecer a democracia, o pressuposto absoluto é o respeito às leis.

Além da flagrante violação à legislação, as ações, ao invés de promoverem justiça social, acarretam prejuízos econômicos e sociais, pondo em risco empregos e renda. Levando insegurança jurídica para o setor mais dinâmico da economia brasileira hoje. É importante dizer que insegurança jurídica repele investimentos.

A segurança jurídica no campo volta a ficar ameaçada?
A segurança jurídica no campo vai depender muito das ações das autoridades constituídas. Todas elas. O silêncio não é uma boa companhia no momento.

Como o governo deveria se posicionar sobre o assunto, tendo em vista que uma das promessas do presidente Lula era reunificar o País?
É preciso uma ação equilibrada, forjada no diálogo e no respeito para estabelecer soluções para o problema fundiário nacional. Afirmo que a violência não é o caminho para resolver a vergonhosa desigualdade social que temos no Brasil.

Estadão