Aliados do governo podem se desentender na CPMI

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Foto: O Antagonista

O líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), foi sondado pelo Palácio do Planalto para assumir como presidente ou relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas do dia 8 de janeiro. O requerimento de criação da comissão será lido nesta quarta-feira, 26, pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na sessão plenária do Congresso Nacional. A sondagem visa evitar que um dos maiores aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Parlamento, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), assuma um posto formal de comando na CPMI. Para o Planalto, Renan já ajudará o suficiente como integrante do colegiado.

Já com um cargo de comando, ele atrairá a ira de seu arquirrival na política alagoana, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o que pode prejudicar o governo no desenrolar dos trabalhos da CPMI. Renan e Lira (PP-AL) são hoje os principais caciques da política no estado. Eduardo Braga respondeu ao governo que só poderá decidir depois que consultar sua bancada e, sobretudo, o próprio Renan Calheiros. O Planalto espera sua resposta definitiva para poder cobrar de Arthur Lira a indicação de um deputado próximo ao governo como relator ou presidente da comissão. Os dois cargos serão divididos entre Câmara e Senado, dependendo de um acordo entre as bancadas. O MDB tem direito a duas vagas na comissão.

O União Brasil também tem direito a indicar dois representantes, ficando outros partidos do bloco, como o PSDB e o Podemos, com uma vaga cada. O bloco PT-PSD-PSB tem direito a indicar cinco integrantes. Outros dois blocos poderão indicar dois senadores cada, o bloco PP-Republicanos e o do PL com o Novo. A indicação restante caberá à maior bancada entre os partidos que não têm senadores suficientes para ter direito a vagas. governo avalia como decisivo um entendimento entre o Senado e a Câmara já que a distribuição das vagas entre os 32 integrantes da CPMI, divididos meio a meio entre senadores e deputados, indica uma pequena margem de maioria de votos contra os parlamentares a serem indicados pelos partidos de oposição. Os oposicionistas tentam emplacar na CPI a versão de que as invasões dos prédios do Congresso, do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 8 de janeiro por golpistas aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na verdade foram facilitadas pelo avitimizar o presidente Lula.

Uol