Armas legais de bolsonaristas armaram milícias

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Foto: Reprodução

Uma reportagem publicada no GLOBO na segunda-feira traçou o caminho que armas compradas de forma legal, por pessoas com registro de CAC (Caçador, Atirador Desportivo e Colecionador), fizeram entre as fábricas que as produziram até as mãos de integrantes de milícias no Rio de Janeiro, onde foram usadas em crimes. Um ponto a se destacar foi a rapidez com que esse trajeto foi feito: em um passado recente, por vezes eram necessários anos até que armas legais fossem usadas por organizações criminosas. Agora, o “processo” acontece em questão de meses.

Esse “roteiro” destaca como organizações criminosas se aproveitaram das flexibilizações ocorridas durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) para ampliarem seus arsenais, não apenas com revólveres e pistolas, mas também com carabinas e fuzis antes restritos às forças de segurança.

Apesar da mudança de postura do Ministério da Justiça, agora comandado por Flávio Dino, as próprias autoridades reconhecem que há um verdadeiro apagão de informações sobre as armas em circulação e sobre seus donos. Um recadastramento, que teve o prazo ampliado até maio, é considerado um passo inicial para esclarecer a situação, mas é apenas uma etapa inicial neste processo.

Neste episódio do Ao Ponto, o repórter Rafael Soares, que refez o caminho das armas que foram usadas pelos milicianos, fala sobre a dificuldade em obter dados sobre o mercado das armas no Brasil, e conta como organizações criminosas usam o sistema de CACs para “economizar” na montagem de seus arsenais.

O policial federal e conselheiro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública Roberto Uchôa também destaca, em sua participação no Ao Ponto, as brechas que seguem abertas na legislação, e como a indústria de armas no país deve ser incluída nesse debate sobre o controle de quem pode ter armas, e quais tipos podem ser vendidos a civis.

Publicado de segunda a sexta-feira, às 6h, nas principais plataformas de podcast e no site do GLOBO, o Ao Ponto é apresentado pelos jornalistas Carolina Morand e Filipe Barini, sempre abordando acontecimentos relevantes da atualidade. O episódio também pode ser ouvido na página de Podcasts do GLOBO. Você pode seguir a gente em plataformas como Spotify, iTunes, Deezer e na Globoplay.

O Globo