Em 4 anos, Conselho de Ética não puniu (quase) ninguém
Congresso, com destaque para a Câmara – Foto: Pablo Jacob
Instalado nesta quarta-feira com a promessa de ter punições exemplares para barrar os excessos cometidos por deputados na Câmara, o Conselho de Ética foi acionado 60 vezes nos últimos quatro anos e aprovou apenas cinco representações contra quatro deputados.
Ao longo de 2022, o colegiado foi acionado 27 vezes, mais que o dobro de 2021, quando chegaram 12 representações ao conselho. No entanto, nenhum requerimento de 2022 puniu parlamentares, diferentemente de 2021 quando Daniel Silveira foi suspenso do mandato por seis meses e Flordelis teve o mandato cassado.
Já em 2020, devido a pandemia de Covid-19, o Conselho de Ética não funcionou. E, em 2019, o aprovou a suspensão do mandato dos deputados Daniel Silveira e Boca Aberta, além da de ter aplicado pena de censura verbal ao deputado Coronel Tadeu.
O índice pequeno de punições revela um colegiado corporativista, com pouca disposição de punir os colegas. No entanto, desde o início do mandato, Arthur Lira anda incomodado com os excessos e desrespeitos de parlamentares na Câmara e sinalizou a aliados que os “exagerados” devem ser advertidos em até três meses sem salário, como forma de dar o exemplo e de se instituir o respeito.