Golpista sacou dinheiro em caixa eletrônico do Planalto

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Foto: Reprodução

As falhas de segurança durante os ataques golpistas à sede dos três Poderes, em 8 de janeiro, permitiram inclusive a um invasor sacar tranquilamente dinheiro em um caixa eletrônico no 3º andar do Palácio do Planalto, o mesmo onde fica o gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Imagens do circuito interno do palácio mostram o homem às 15h54 em frente à máquina, acessando a sua conta bancária por meio de biometria (polegar), sacando a quantia em dinheiro e contando as notas duas vezes, antes de guardar no bolso.

Outro vândalo, 21 minutos antes, havia derrubado no chão o relógio que dom João 6º trouxe ao Brasil. A relíquia, que fica a poucos metros do caixa eletrônico e já estava danificada, havia sido posta no lugar novamente por outros invasores. Momentos mais tarde, ela seria jogada ao chão pela segunda vez.

Em outras imagens é possível ver que ao menos um dos golpistas tentou quebrar o mesmo caixa eletrônico do Planalto com o objetivo de levar o dinheiro. Depois de algumas tentativas, ele desistiu e foi embora.

As imagens das câmaras foram divulgadas pelo GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência após o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), revogar o sigilo.

Por elas, é possível ver uma sequência de falhas de segurança, a principal delas o pouco e desorientado efetivo de agentes do GSI que estava no local e que pouco fez para evitar o quebra-quebra.

Isso permitiu que os bolsonaristas percorressem e vandalizassem corredores e salas tranquilamente. Alguns usaram as tomadas do prédio para carregar a bateria de seus aparelhos de telefone celular.

Outros trocavam mensagens e visualizavam redes sociais. Alguns fumavam e outros tantos faziam lives e selfies em locais específicos, incluindo em frente ao relógio danificado.

Único exemplar da peça no mundo todo, o objeto foi dado de presente a dom João 6º pela corte francesa. A obra foi desenhada por André-Charles Boulle e fabricada pelo relojoeiro francês Balthazar Martinot no fim do século 18, poucos anos antes de ser trazida ao Brasil.

As imagens também mostram invasores recendo água mineral. Um deles empurra um carrinho cheio delas, incluindo um balde de gelo, no terceiro andar do palácio.

Folha