Lula gastará R$ 3 bi contra violência em escolas

Destaque, Todos os posts, Últimas notícias

Fotos: Ed Alves/CB/DA.Press

O governo reuniu os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), governadores, prefeitos e ministros para anunciar um pacote de R$ 3,1 bilhões, que será destinado a estados e municípios para investimento em segurança nas escolas.

O ministro da Educação, Camilo Santana, explicou que a pasta antecipará R$ 1,097 bilhão da segunda parcela do Programa Dinheiro Direto na Escola 2023 (PDDE), que estava prevista inicialmente para setembro.

Combate da violência nas escolas precisa de todos entes federados, diz ministro
Lula: “As pessoas não podem fazer na rede digital o que é proibido na sociedade”
Além disso, o ministério vai liberar R$ 1,8 bilhão que estavam parados nas contas de escolas. Outros R$ 200 milhões serão destinados a ações como a criação de núcleos psicossociais.

“Vamos antecipar a (parcela) de setembro (do PDDE). É R$ 1,097 bilhão que até o final de abril estará nas contas das escolas e poderá ser utilizado para várias ações. Mas vamos deixar expressamente claro que esse recurso poderá ser gasto para investimentos em infraestrutura e melhoria da proteção da segurança nas escolas do Brasil. Isso vai ser colocado claro na resolução do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação)”, informou.

Foram criados comitês estaduais e municipais de proteção do ambiente escolar. Uma das principais preocupações é com a formação de agentes educacionais — tanto do governo quanto da comunidade escolar — para proteção e segurança nos locais de ensino.

“O fenômeno que temos discutido é reflexo do que vivemos hoje em nossa sociedade, que tem estimulado a cultura de violência, ódio e intolerância, que tem se agravado fortemente pelas questões das plataformas digitais”, declarou Santana. “Portanto, não é uma solução fácil, mas é necessário todos os nossos entes federados unidos em torno dessa questão para que possamos passar por essa situação.”

A partir de 24 de abril, estará disponível, por meio de uma plataforma do Ministério da Educação, um compilado de recomendações para proteção e segurança no ambiente escolar. Um chamamento público será lançado para quem se interessar em uma formação superior continuada e em desenvolvimento profissional para a segurança nas unidades de ensino.

Pelo Programa “Territórios de Convivência e Cultura de Paz”, foi firmada uma parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para ações de Justiça Restaurativa no ambiente escolar.

Santana ressaltou, porém, ser imprescindível dar atenção à fiscalização das redes sociais. “É preciso a gente rediscutir a legalização dessas questões das regulamentações das plataformas digitais no Brasil, que não é um problema só do Brasil, é um problema do mundo inteiro”, destacou.

Já o ministro da Casa Civil, Rui Costa, anunciou a criação do Conselho da Federação, um grupo de trabalho que reunirá representantes dos Três Poderes e governadores. Ele disse que o objetivo do colegiado é definir propostas sobre o tema.

Titular da pasta da Justiça, o ministro Flávio Dino fez um balanço da Operação Escola Segura. Ele disse que, após casos de violência em unidades de ensino, as redes sociais atenderam à demanda do ministério e retiraram do ar 756 perfis, nos últimos 10 dias, dedicados a difundir ódio e ataques violentos a escolas.

Dino relatou que, em 100 casos, houve pedido da pasta para que as redes preservassem o conteúdo dos perfis para abastecer investigações em curso. Ele destacou que 225 pessoas já foram presas ou apreendidas por ameaçar e planejar ataques a ambientes escolares.

“Isso mostra que estamos diante de uma epidemia. Temos 694 intimações de adolescentes suspeitos para prestar depoimentos em delegacias, temos 155 buscas e apreensões realizadas, 1.595 boletins de ocorrência em 10 dias e 1.224 casos em investigação em todo o território nacional”, enumerou.

O ministro enfatizou que, por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o “foco na internet” é fundamental para garantir a regulamentação das redes sociais e, assim, impedir o surgimento de novos ataques. “É falsa a ideia de que fiscalizar e regular a internet é contrária à liberdade de expressão. Não é possível preservar liberdade de expressão sem regulá-la, para que ela não seja exercida de modo abusivo”, argumentou.

Correio Braziliense