Michelle mentiu sobre usar a própria roupa de cama

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Foto: Reprodução

Dados obtidos via Portal de Transparência da Controladoria Geral da União (CGU) desmentem a afirmação da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro sobre os gastos da gestão de seu marido com roupas de cama do Palácio do Alvorada, residência oficial da Presidência. Michelle afirmou em vídeo publicado no último domingo que não houve licitação para a compra de enxoval durante o governo do marido. No entanto, documentos mostram que a gestão passada gastou R$ 35,2 mil em roupas de cama e toalhas de banho. Após a divulgação dos dados, Michelle voltou aos stories do Instagram nesta terça-feira para comentar sobre o caso.

— Nós ficamos por quatro anos no Alvorada, nós não fizemos nenhuma licitação de enxoval. Não tinha uma roupa de cama decente. Usei os meus lençóis na minha cama porque eu entendi o momento que nós estávamos vivendo. Agora eu sugiro a CPI dos Móveis da Alvorada — disse a ex-primeira-dama em postagem no Instagram.

Em entrevista à CNN nesta segunda-feira, Michelle ainda disse que, ao chegar no Palácio da Alvorada, funcionários que trabalham no local disseram que não havia enxoval e que seria preciso trocar tudo. De acordo com a mulher do ex-presidente, uma pessoa de sua confiança a alertou para que ela não comprasse nada novo, pois seria uma armação para falar que ela havia “saído de Ceilândia para comprar lençol de seda e viver no luxo em Brasília”.

De acordo com as informações obtidas, no entanto, duas compras foram realizadas em nome da Presidência em 2020. O nome que consta nas notas é do servidor Maurílio Costa dos Santos.

Em julho de 2020, uma licitação no valor de R$ 14.578,06 comprou diversos itens para o Alvorada: conjuntos de roupa de cama, colcha de cama de casal, fronha, travesseiro de plumas, toalhas brancas de fio egípcio e tapetes felpudos. A segunda ocorreu em dezembro do mesmo ano, no valor de R$ 20.646,60, quando foram adquiridos lençóis e colchas para cama de solteiro.

O GLOBO entrou em contato com a assessoria de Michelle, o espaço segue aberto para manifestação. Logo após a publicação da reportagem, a ex-primeira-dama voltou às redes para comentar sobre o caso:

— Eu optei usar pelos lençóis da minha casa porque fizeram uma licitação e nessa licitação colocaram lençóis de seda, lençóis de preços altíssimos. Porque eu fiz isso: uma pessoa de confiança me alertou que sairia uma matéria dizendo que eu saí da Ceilândia para ostentar no Alvorada. Em 2020, a administração fez uma licitação para repor o enxoval que estava precário, para as duas casas — Alvorada e Ganja de Torto, incluindo os funcionários que dormem no Alvorada.

Neste domingo, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro respondeu em uma publicação nos stories do Instagram sobre o paradeiro dos móveis do Palácio da Alvorada. Além dos lençóis, ela se manifestou sobre os móveis pertencentes à União que, segundo ela, estão no depósito da residência oficial.

A Presidência da República anunciou, na semana passada, que, dos 261 móveis do Palácio da Alvorada dados como desaparecidos no início do ano durante os atos de 8 de janeiro, 83 ainda não foram localizados (32%). Sem citar Lula(PT) ou a atual primeira dama Janja, a presidente do PL Mulher ironiza as cobranças da Presidência e sugere “CPI dos Móveis”.

— Esses móveis estão ou no depósito 5 do Palácio da Alvorada ou no depósito da Presidência. Existem esses depósitos, com várias cadeiras, sofás, mesas, quadros, e você pode fazer esse rodízio. Quando a Marcela Temer me apresentou o Alvorada, em 2018, ela me falou dessa possibilidade e da possiblidade de eu trazer os meus móveis da minha casa e poder utilizá-los no Alvorada.

O Globo