
Militares chegam à PF em Onibus do Exército
Bolsonaristas invadem Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro – Foto: TON MOLINA / AFP
Oitenta e nove militares do Exército devem prestar depoimento à Polícia Federal nesta quarta-feira sobre os ataques às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro. Eles estão sendo ouvidos desde o início da manhã na Academia Nacional da PF — o mesmo local para onde mais de 1.500 pessoas foram levadas presas no dia seguinte aos atos golpistas.
A PF montou um esquema especial para realizar as oitivas simultaneamente — 50 delegados foram escalados. Pela programação definida pela corporação, 49 militares devem ser ouvidos pela manhã, a partir das 8h, e os outros 40 a partir das 14h.
Dos que foram pela manhã, a maioria chegou sem advogado. Alguns dos militares foram prestar depoimento usando a farda militar. O Exército também forneceu um ônibus e um caminhão para levar alguns dos inquiridos.
Entre os militares de alta patente que devem depor hoje estão os generais Gustavo Dutra, Carlos Feitosa Rodrigues e Carlos José Assunção.
Dutra era o ex-chefe do Comando Militar do Planalto, responsável pela área em que foi montado o acampamento golpista na frente do Quartel General, em Brasília. Ele foi remanejado para um posto na subchefia do Estado-Maior em meio a desconfianças do governo Lula.
Eles estão sendo ouvidos pela PF na condição de testemunhas no âmbito do inquérito que apura as circunstâncias que levaram aos ataques à sede dos Três Poderes. A investigação tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em depoimento à PF, comandantes da Polícia Militar do DF relataram que o Exército impediu a prisão dos acampados na noite do dia 8 de janeiro e adiou ações anteriores para desmontar o acampamento. As afirmações foram dadas pelos coronéis Fábio Augusto e Jorge Naime, que são investigados pela PF.