Ministro do GSI é convocado pela Câmara
O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general da reserva Gonçalves Dias – Foto: José Cruz/Agência Brasil
A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados aprovou a convocação do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, para prestar esclarecimentos sobre a ação do órgão durante os ataques de dia 8 de janeiro.
A medida, que obriga o ministro a comparecer a uma sessão marcada para a próxima quarta-feira, dia 26, foi aprovada tanta pela oposição como pela base do governo Lula. Representante da base do governo Lula na comissão, o deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA) defendeu a ação para “prestigiar” o compromisso que havia sido firmado entre Gonçalves Dias e a Câmara.
— Nós queremos a vinda do ministro — explicou ele.
O general havia sido convidado para falar numa sessão marcada para as 14 horas desta quarta. Trinta minutos antes, no entanto, o GSI enviou um atestado médico à presidência da comissão, relatando que ele não teria condições de saúde para ir à comissão. O documento, que é assinado pelo médico João Luiz Silveira, diz que ele sofreu um “quadro clínico agudo e com necessidade de medicação e observação, devendo ter ausência em compromisso justificadas por motivo de saúda na presente data”.
De acordo com o regime de convocação, o ministro convocado fica sujeito a ser processado por crime de responsabilidade caso não compareça à Câmara.
O artigo 50 da Constituição diz o seguinte: “A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada”.
Quem é Gonçalves Dias?
O general GDias, como é conhecido, atuou no comando da segurança pessoal do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entre 2003 e 2009.
Na época, ficou conhecido como “sombra” de Lula, ao estar ao lado do petista em todos os deslocamentos, de compromissos oficiais a programas mais amenos, como pescaria.
Após as duas primeiras gestões de Lula, GDias foi chefe da Coordenadoria de Segurança Institucional da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Neste período foi promovido ao posto de general.
Na campanha, GDias voltou a dar apoio a equipe de segurança do petista. A empresa de segurança do militar foi contratada para auxiliar na montagem dos eventos que Lula participou pelo país.
Durante a transição, GDias foi indicado para integrar a equipe do grupo temático na área de inteligência estratégica. Por ser militar, GDias é também um dos conselheiros e interlocutores de Lula junto as Forças Armadas.