Piquet e Michelle viram suspeitos no caso das joias

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Foto: Miguel Schincariol/AFP e Chandan Khanna/AFP

O transporte e o armazenamento de mais de 8 mil itens de presentes que Jair Bolsonaro guardou para si e despachou para a fazenda de Nelson Piquet, em Brasília, contaram com o apoio direto de dois militares de confiança máxima do ex-presidente.

A apenas dez dias de terminar seu mandato, Bolsonaro escalou o coronel e ex-assessor parlamentar do comando do Exército, Marcelo Câmara, para atuar diretamente na operação.

Câmara, que trabalha na segurança do ex-presidente, teve o apoio do subtenente do Exército Osmar Crivelatti, que também atua como assessor do Bolsonaro. Foi o subtenente quem entregou as joias e armas recebidas pelos regimes árabes, após os casos serem revelados e levarem à determinação de devolução dos itens pelo Tribunal de Contas da União.

A atuação direta de Marcelo Câmara e Osmar Crivelatti foi confirmada à Polícia Federal por uma funcionária do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH) que atuava no setor durante a gestão Bolsonaro.

Conforme revelou o jorna “Estadão” nesta terça-feira (25), essa mesma funcionária declarou, em depoimento à Polícia Federal, que a então primeira-dama Michelle Bolsonaro recebeu em mãos, no fim do ano passado, o segundo kit de joias enviado pelo regime da Arábia Saudita e que entrou ilegalmente no Brasil.

O conjunto foi entregue a ela no dia 29 de novembro de 2022, no Palácio da Alvorada, e conferido pessoalmente pelo então presidente Jair Bolsonaro, um ano e um mês depois de ficar escondido irregularmente no Ministério de Minas e Energia.

Segundo relatos feitos por essa funcionária à PF, a própria servidora esteve com Marcelo Câmara e Osmar Crivelatti na Fazenda Piquet, para verificar se o local era seguro para receber tantos presentes, entre os quais estavam dois estojos de joias já avaliados em pelo menos R$ 2 milhões. Após a checagem, os itens foram despachados para o local.

O Globo