Confira a trajetória de David Miranda

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Foto: Reprodução

O ex-deputado federal David Miranda (PDT-RJ) morto hoje aos 37 anos se dedicou à causa LGBTQIA+ e foi o primeiro gay eleito para a Câmara de Vereadores do Rio.

Miranda nasceu no Rio e cresceu na comunidade do Jacarezinho. Depois da morte da mãe, quando tinha 5 anos, foi morar com uma tia, mas saiu de casa aos 13. Trabalhou como engraxate e faxineiro por 6 anos.

O ex-parlamentar era casado com o jornalista Glenn Greenwald. Eles se conheceram em 2005, na praia de Ipanema, quando Miranda jogava vôlei e acidentalmente derrubou a bebida do turista americano. Os dois foram morar juntos depois de 5 dias. O jornalista ajudou Miranda a voltar a escola e ele se formou em marketing na ESPM em 2014. O casal se envolveu no caso Snowden em 2013. Naquele ano, os dois e uma equipe do jornal britânico The Guardian trabalharam com o ex-analista da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos que revelou documentos secretos que comprovavam que o órgão espionou políticos de países parceiros dos norte-americanos. Foi detido no Reino Unido após a publicação do trabalho. Glenn e Miranda adotaram duas crianças. João Victor e Jonathas, adotados em Maceió, viviam com o casal desde 2017, mas o processo de adoção só foi concluído em 2019. No ano passado, eles estavam no processo para adotar Marcelo, 18. Todos os nossos direitos estão assistidos. A mensagem que passamos às pessoas, como figuras públicas, é que pessoas LGBT podem ser pais e formar família. Hoje é um dos dias mais felizes da minha vida. São as crianças mais incríveis do mundo David Miranda ao Congresso em Foco, em março de 2019

Foi eleito vereador pelo Rio em 2016. Ele e Marielle Franco (PSOL), assassinada a tiros em 2018, se tornaram os primeiros vereadores LGBTQIA+ assumidos na história da cidade e viraram amigos. Na Câmara, Miranda aprovou um projeto de lei que assegura o uso do nome social a pessoas transgêneros em toda a administração direta ou indireta da cidade. Ela [Marielle] tinha um futuro brilhante. Preciso pegar tudo o que ela fez e seguir em frente Miranda em 2019, em entrevista à revista Time Em 2019, assumiu a vaga de Jean Wyllys na Câmara. O então parlamentar decidiu não assumir o mandato e deixou o país devido a ameaças de morte que vinha sofrendo. Como membro do Congresso, Miranda também recebeu ameaças e contratou segurança para a família. Iremos com tudo para Brasília. Nossas bandeiras serão defendidas com o amor e comprometimento de sempre. Meu sonho é uma sociedade mais justa, e menos intolerante. Nenhum governo calará nossas vozes Miranda ao assumir vaga na Câmara dos Deputados Foi eleito pela revista Time um dos líderes da próxima geração. Seu primeiro projeto de lei apresentado na Câmara dos Deputados foi a criação de educação obrigatória sobre questões LGBTQIA+ para professores e políticos. Também propôs ações para combater o suicídio de policiais e agentes de segurança. Quero ser uma ferramenta para a democracia. As pessoas que não têm voz devem me usar para qualquer causa que quiserem Miranda em 2019, em entrevista à revista Time

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