Dallagnol era defensor fanático da lei que o cassou

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Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) considerou a cassação de Deltan Dallagnol (Podemos-PR) como um “acerto” do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Foi um acerto, em nome daquilo que o próprio Deltan advogou no passado. Se essa é a regra, que ele mesmo defendeu no passado, a condenação, fazendo com que tenha o mandato cassado, é uma necessidade que se impõe. Ele não tem nem como reclamar porque foi um dos que, em um passado bastante recente, operaram como se a Lei da Ficha Limpa fosse a melhor coisa do planeta Terra. Glauber Braga, deputado federal (PSOL-RJ)

Em entrevista ao UOL News, Braga afirmou “não haver dúvidas” de que Dallagnol fraudou a Lei da Ficha Limpa ao deixar o Ministério Público Federal, escapando de se tornar inelegível. Para o deputado do PSOL, há provas suficientes para comprovar esta manobra e que sustentam a decisão tomada pelo TSE.

Há alguma dúvida de que Dallagnol se afastou do cargo de procurador e buscou uma legitimidade nas urnas para fugir da responsabilização como procurador da Lava Jato? Nenhuma. Abundam provas e depoimentos de que foi essa a movimentação política que ele fez. Então, a decisão do TSE foi correta. Glauber Braga, deputado federal (PSOL-RJ)

Miguel Reale Jr. criticou a decisão do TSE e a considerou “arbitrária”, mas avaliou que ela dificilmente será revogada. O jurista lamentou a forma como o caso está sendo conduzido e diz que vê o país caminhar para o “abuso de direito”, com a consequente perda da confiança no trabalho do Judiciário. O TSE, a meu ver, errou. Sempre fui muito crítico ao Dallagnol e de sua posição messiânica, que rompeu com regras obrigatórias do processo. Não gosto do trabalho do Deltan, mas gosto menos do arbítrio. A Lei da Ficha Limpa é bastante precisa ao dizer que quem pede exoneração tendo processos administrativos disciplinares pode ser declarado inelegível. Não era o caso do Deltan, que tinha apurações em andamento. Miguel Reale Jr., jurista

Na opinião de Tales Faria, Deltan Dallagnol (Podemos-PR) é vítima de vingança do TSE, mas isso não apaga os erros cometidos pelo parlamentar durante a condução da Lava Jato. O colunista mostrou-se preocupado com o andamento do processo de Dallagnol e teme que as instâncias superiores sigam o mesmo caminho da Lava Jato. Deltan tem toda a razão. Está sendo vítima de vingança. Ele é uma figura odiada no meio político por conta da Lava Jato, mas também no meio jurídico, especialmente nos tribunais superiores. Mas isso não o exime de culpa. A ‘Vaza Jato’ mostrou que Deltan e Moro enrolaram vários ministros. Usaram e manipularam os tribunais superiores com uma série de práticas inaceitáveis entre os juristas. Tales Faria, colunista do UOL

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