Extrema-direita tenta desfazer atos do governo

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Foto: Cristiano Mariz

Depois de amargar uma derrota na votação do decreto que tratava do Marco do Saneamento, o governo se vê diante da possibilidade de sofrer novos reveses no Congresso, com pautas que afetam bandeiras cruciais para o governo Lula, além do próprio funcionamento e estrutura dos ministérios. Por trás da iniciativa estão deputados do Centrão, além de interesses de bancadas específicas.

Um dos textos que deve entrar na pauta nos próximos dias é o relativo ao marco temporal das terras indígenas, que estabelece que apenas os territórios ocupados por indígenas até a promulgação da Constituição, em 1988, podem ser demarcados. A proposta é apoiada pela bancada ruralista, e conta com aval de deputados que integram a base do governo, muito embora o Planalto, que tem na defesa dos povos indígenas uma de suas bandeiras, não a veja com bons olhos. A pressa para aprovar o pedido de urgência e o mérito do texto tem uma explicação: no dia 7 de junho, o Supremo Tribunal Federal (STF) tem um julgamento sobre o mesmo tema.

Outras propostas também têm potencial para incomodar o Planalto. Uma delas é a votação do decreto que restabeleceu vistos para cidadãos dos EUA, Canadá, Austrália e Japão, revertendo uma política do governo de Jair Bolsonaro. Há ainda a MP que mudou o desenho da Esplanada dos Ministérios, e que poderia mudar a distribuição de órgãos entre as pastas. Por fim, o Planalto quer reverter, no Senado, a derrota na votação do decreto que alterou trechos do Marco do Saneamento.

Com os alertas ligados, o governo intensifica a articulação com um Congresso onde não tem, na atual configuração, uma base de apoio fiel, algo que nem a distribuição de cargos e ministérios a partidos do Centrão ajudou a consolidar. Por outro lado, há o temor de que a oposição consiga usar a CPI do MST, já instalada na Câmara, como palanque para atacar Lula, especialmente na parte agrária.

O Ao Ponto começa a semana falando dos nem tão novos desafios do governo Lula no Congresso, e quais são as estratégias usadas pelo Planalto para evitar novas derrotas. E quem explica os bastidores dessas conversas é a repórter Camila Turtelli, da sucursal de Brasília.

Publicado de segunda a sexta-feira, às 6h, nas principais plataformas de podcast e no site do GLOBO, o Ao Ponto é apresentado pelos jornalistas Carolina Morand e Filipe Barini, sempre abordando acontecimentos relevantes da atualidade. O episódio também pode ser ouvido na página de Podcasts do GLOBO. Você pode seguir a gente em plataformas como Spotify, iTunes, Deezer e na Globoplay.

Estadão