Lula cobra ministros por obras para reativar economia

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está reunido no fim desta manhã de segunda-feira com os presidentes dos bancos públicos. O encontro conta com as presenças dos presidentes do Banco do Brasil (BB), Tarciana Medeiros, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, e do Banco do Nordeste (BNB), Paulo Câmara.

Além disso, estão participando da reunião o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e a secretária-Executiva da Casa Civil, Miriam Belchior. Ao chegar ao Planalto, Paulo Câmara evitou comentar se a pauta da conversa era o lançamento de um novo plano de investimentos — nos moldes do antigo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).

O novo PAC estava previsto para ser lançado até o fim do mês de abril, o que acabou não acontecendo. Lula vem cobrando, nos bastidores, que os ministérios sejam “criativos” e criem novos nomes para programas estruturantes. A ideia da gestão petista é usar Parcerias Público-Privadas (PPPs), além de investimentos diretos da União e concessões, para impulsionar essas obras.

Mais cedo, Lula esteve com diversos ministros no Palácio do Planalto para discutir o projeto de lei do novo arcabouço fiscal, cuja relatoria está nas mãos do deputado Cláudio Cajado (PP-BA), que vem sendo alvo de críticas pelo suposto endurecimento do texto.

O PT vem criticando a possibilidade de endurecimento do projeto enviado pelo governo, como, por exemplo, a obrigação de congelar os salários dos servidores se o Executivo não cumprir a meta fiscal estabelecida. Parte dos deputados do partido defende também apresentar emendas para flexibilizar a proposta e permitir mais investimentos.
“Estamos tendo dificuldades em alguns encaminhamentos porque existe membros inclusive do Partido dos Trabalhadores, que integra o governo, que está se posicionando contra. Então o governo precisa também se ajustar para ter um discurso único e definir quem fala pelo governo neste processo”, rebateu Cajado na semana passada.

O relator disse que não quer incluir nenhum tipo de criminalização se o Executivo não atingir a meta fiscal e nem criar “gatilhos draconianos”, mas defendeu que é preciso criar normas que forcem o governo a de fato trabalhar para cumprir os objetivos fiscais estabelecidos na lei.
Na última quinta, Cajado havia afirmado também que apresentaria seu parecer aos líderes antes de divulga-lo para a sociedade, por isso, a divulgação do documento foi adiada para esta segunda-feira. “Vou apresentar o relatório quando todos estiverem minimamente de acordo”, disse.
O deputado reuniu-se com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na última quinta-feira, após o retorno dele de uma viagem dos Estados Unidos, e fez um relato das conversas que teve com os partidos sobre o parecer que está sendo elaborado. Segundo ele, ocorrerá uma conversa com os líderes dos partidos nesta segunda-feira para debater o parecer que será apresentado.

Valor Econômico