Lula e Moraes semeiam inelegibilidade de Bolsonaro
Foto: Carlos Moura/STF/
Membros da cúpula petista e advogados alinhados ao partido têm externado, em conversas reservadas, certa preocupação com os poderes do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Há, no entanto, o reconhecimento de que o magistrado teve papel essencial na manutenção da democracia e na realização das eleições de 2022 que elegeram Lula, fatos que freiam reclamações abertas em relação a ele.
O temor relatado à coluna por parlamentares do PT é que o ministro, em algum momento, mire integrantes do partido e do próprio governo. Alexandre é descrito de maneira crítica por alguns advogados ligados à legenda como “superjuiz”, em referência aos poderes que concentra hoje.
O magistrado tem em suas mãos as ações dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, das fake news e as investigações que correm no Supremo contra Jair Bolsonaro. Moraes também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e tem papel decisivo nos processos que podem tornar o ex-presidente inelegível.
Entre as medidas de Moraes criticadas em reservado por parte dos petistas e integrantes de partidos de esquerda, como o PCdoB, está o tempo da prisão preventiva do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que ficou quatro meses atrás das grades até ser solto, neste mês.
Nesta quinta-feira, Lula contemplou Moraes na escolha para uma das vagas do TSE. O próprio presidente da corte afirmou que o petista decidiu nomear Floriano Marques e André Ramos Tavares para as duas vagas abertas no tribunal. O ministro trabalhou para emplacar Marques, seu amigo de longa data e colega de docência na USP. A pressão era para que o Lula escolhesse uma mulher, mas as duas que integraram a lista foram preteridas.