Moro surta ao ver Dallagnol como ele mesmo amanhã
Foto: Helvio Romero / Estadão
O senador Sérgio Moro, ex-juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, se disse ‘estarrecido’ com a decisão do Tribunal Superior Eleitoral de cassar o mandato do deputado federal Deltan Dallagnol, ex-coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná. Em suas redes, ele classificou classificou Deltan como uma ‘voz honesta na política’ e se solidarizou com os eleitores do Estado no qual nasceu a Lava Jato.
É com muita tristeza que recebo a informação da cassação do mandato de deputado federal do @deltanmd. Estou estarrecido por ver fora do Parlamento uma voz honesta na política que sempre esteve em busca de melhorias para o povo brasileiro. Perde a política. Minha solidariedade aos…
— Sergio Moro (@SF_Moro) May 17, 2023
Deltan foi abatido inapelavelmente no início de sua trajetória política. Na noite desta terça-feira, 16, por unanimidade, o Tribunal Superior Eleitoral cassou seu mandato na Câmara, com base na Lei da Ficha Limpa.
Como procurador da República em Curitiba, ele foi do céu ao inferno. Quando a mítica Operação Lava Jato ainda estava nas ruas, glorificada, Deltan era idolatrado. Mas seus métodos na condução das investigações lhe renderam pelo menos 15 procedimentos no Conselho Nacional do Ministério Público, a raiz da perda precoce de seu mandato.
Moro e Deltan, cada qual em sua função, foram os artífices da Lava Jato que levou à prisão de empreiteiros, doleiros, lobistas e políticos – culminando em pesada reação de deputados e senadores.
A mulher de do ex-juiz e agora ex-colega de Deltan na Câmara, Rosângela, se disse solidária aos eleitores de Deltan. “Perde o Paraná, perde o país, perde a Câmara dos Deputados”, afirmou.
Perde o Paraná, perde o país, perde a Câmara dos Deputados. Minha solidariedade a @deltanmd e a todos os seus 344.917 eleitores.
— Rosangela Moro (@rosangelamorosp) May 17, 2023
Quando o trio foi eleito, Rosângela anunciou informalmente a formação de uma ‘bancada anticorrupção’.
Agora, o grupo desfalcado ainda sofre abalo com ‘apostas’ de adversários políticos – como mostrou a Coluna do Estadão, opositores do ex-juiz calculam se ele poderia perder o mandato, assim como o colega, em razão de processo movido pelo PL por suposto Caixa 2.