Padilha promete acelerar nomeações para Câmara parar sabotagem

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Foto: José Cruz/Agência Brasil

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, admitiu a deputados que o governo está atrasado na nomeação dos cargos, mas afirmou que 70% dos postos de terceiro escalão já estão resolvidos e que pretende acelerar as nomeações nos próximos dias para concluir a montagem do Executivo e da base aliada no Congresso.

A conversa ocorreu na noite de terça-feira, com os deputados que coordenam as bancadas estaduais, no mesmo horário em que se gestava na Câmara uma “rebelião” na base aliada e partidos independentes que levou ao adiamento da medida provisória (MP) da reestruturação ministerial. Mais de 20 deputados compareceram ao encontro com Padilha.

Segundo relatos, os cargos não eram o assunto principal da reunião e o ministro não se aprofundou no tema. Apenas reconheceu que o governo está atrasado, ao que atribuiu à transição turbulenta com o governo Bolsonaro (PL) e a criação de 14 novos ministérios, mas argumentou que 70% dos postos de indicação política já estão resolvidos.

Um dos coordenadores disse ao Valor que a média nacional pode ser essa, mas que em seu Estado o número está um pouco menor, de 60%. Outro se queixou que o Executivo nomeou primeiro políticos que apoiaram a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas que não foram reeleitos – e, portanto, não tem votos no Congresso para dar ao governo.

O motivo do encontro com Padilha foi tratar da liberação das emendas. Sob tutela do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), será criado um “colégio de coordenadores das bancadas estaduais”, para acompanhar a execução das emendas orçamentárias nos Estados com mais detalhes. Eles pediram ao ministro que sejam avisados primeiro sobre a liberação de recursos para virarem interlocutores junto aos governadores e o resto da bancada.

Outro pedido, esse mais em tom de reclamação, é de que os ministros avisem aos parlamentares quando fizeram agendas nos Estados para que eles não sejam pegos de surpresa e possam participar das cerimonias e anúncios em suas bases eleitorais. O protesto é que hoje os deputados sabem pela imprensa de visitas e não conseguem capitalizar isso eleitoralmente – ou sequer se programar para ir aos eventos.

Valor Econômico