Pela primeira vez, ricos se recusam a responder a Censo

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Foto: Helena Pontes/Agência IBGE Notícias

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou ontem a prorrogação da coleta de dados do Censo Demográfico 2022, cuja data-limite passou para 28 de maio. Segundo o presidente interino do instituto, Cimar Azevedo, o objetivo é tentar reduzir a taxa de entrevistados que se recusam a responder a pesquisa. Essa resistência acontece especialmente em regiões de maior poder aquisitivo, em condomínios de alta renda. “Por isso o IBGE lançou em abril um esforço de conscientização para melhorar a coleta nesses setores”, explicou Azevedo à coluna. A previsão inicial era de que o resultado do Censo fosse divulgado em outubro do ano passado, mas o número insuficiente de respostas motivou prorrogações. A meta atual é que os números do recenseamento sejam anunciados no dia 28 de junho.

O presidente do instituto não sabe explicar o motivo de tantas pessoas se recusarem a responder ao Censo em regiões de maior poder aquisitivo. “Não temos ainda um estudo sobre qual motivo, mas objetivamente há dificuldades relacionadas aos horários de trabalho, horários de lazer e predisposição em não responder”, diz ele. A média nacional de entrevistas sem resposta é de 5%. Em condomínios de alta renda de São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso o percentual de resistência é maior. A rejeição aos recenseadores chega a 30% em alguns dessas residências de alto padrão. Postos de coleta Barra da Tijuca ainda apresentam percentuais de recusa entre 10,4% e 17,7%. Cimar Azevedo diz que nas comunidades de baixa de renda as dificuldades são de outra natureza, relacionadas a numeração inexistente, numeração irregular, moradias em sobreposição, moradias de fundos ou laje — condições que dificultam o acesso e a circulação dos recenseadores. “O ideal é garantir a maior cobertura possível, visando proporcionar divulgações de resultados para os recortes geográficos menores, uma das principais funções de um Censo”, diz o presidente do IBGE.

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