Relembre a trajetória de David Miranda

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Foto: Uanderson Fernandes/Agência O Globo

O ex-parlamentar David Miranda (PDT-RJ), morto nesta terça-feira aos 37 anos, teve uma breve mas importante trajetória política. Eleito vereador do Rio de Janeiro nas eleições municipais de 2016, o político tomou posse aos 32, em 2017, e ocupou a cadeira até 2019. No mesmo ano, passou a exercer o cargo de deputado federal em Brasília, posição que desempenhou até passar nove meses na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Em agosto de 2022, o carioca foi internado com infecção gastrointestinal. Desde então, ele passou por outras infecções e teve pancreatite.

Nascido na favela do Jacarezinho, na Zona Norte da capital fluminense, Miranda perdeu a mãe quando tinha apenas cinco anos de idade. Ativista da causa LGBTQIAP+, ele estava casado há 17 anos com Glenn Greenwald, jornalista que revelou a espionagem da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, a NSA, ao governo brasileiro durante o mandato de Dilma Rousseff. David também foi o primeiro vereador assumidamente gay da cidade do Rio.

Jornalista de formação e estrategista de marketing, David Miranda esteve à frente da campanha pelo asilo ao ex-analista de sistemas da Agência Central de Inteligência americana (CIA, na sigla em inglês), Edward Snowden no Brasil. Ele também trabalhou ao lado do marido durante as revelações dos programas secretos de vigilância global dos Estados Unidos.

Em agosto de 2013, durante a escala de um voo em Londres, na Inglaterra, Miranda chegou a ser detido pelo governo britânico por conta do trabalho junto a Glenn. Ele foi interrogado durante nove horas no Aeroporto de Heathrow sob a lei antiterrorismo do país. À época, as autoridades britânicas alegaram que o ex-político estava envolvido com “terrorismo” quando foi detido tentando transportar documentos de Edward Snowden, segundo a polícia e documentos de inteligência.

De acordo os médicos do ex-deputado, a causa da morte nesta terça se deu em razão de uma pancreatite e infecção gastrointestinal que progrediu um quadro de septicemia. Ele havia sido internado em agosto de 2022 na UTI da Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, com fortes dores abdominais que foram posteriormente diagnosticadas com um quadro de infecção gastrointestinal.

O Globo