Silveira, Torres e Cid são bodes expiatórios voluntários

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Foto: Reprodução

Na política, as crises têm uma fatalidade própria. A excentricidade da crise do bolsonarismo é a transgressão acéfala, a máfia sem “capo”, a quadrilha sem chefe. Estão na cadeia Daniel Silveira, Anderson Torres e Mauro Cid. Na aparência, são seres diferentes. Mas igualaram-se nas bolsonarices. Os três são ex-alguma coisa —ex-deputado, ex-ministro, ex-ajudante de ordens. Encrencaram-se por seguir orientações ou obedecer ordens de Bolsonaro. Presos, passaram a ser ignorados pelo líder e ex-chefe.

Com um ano de atraso, o Supremo anulou o indulto concedido por Bolsonaro em abril do ano passado ao então deputado Daniel Silveira. A estadia do amante do AI-5 atrás das grades agora será longa, pois volta a vigorar a sentença de oito anos e nove meses de cana. O líder se finge de morto.

No caso das joias, Bolsonaro disse à PF que não sabe por que seu faz-tudo Mauro Cid correu para tentar reaver as joias apreendidas pelo Fisco. Jura que não ficou cobrando de ninguém a recuperação dos diamantes das arábias. Bolsonaro tampouco encomendou cartões de vacina falsos para ele e sua filha. Quando for interrogado sobre o 8 de janeiro e a operação policial tramada para bloquear a chegada de eleitores de Lula às urnas do segundo turno, Bolsonaro talvez pergunte: “Quem é Anderson Torres?” Nada é o que parecia. O capitão virou um antilíder. Trêmulo de humildade, Bolsonaro reivindica o papel de cego abobalhado. Não viu, não soube e não pediu nada.

Uol