Tarcísio gasta R$ 100 mil com proselitismo religioso

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Foto: Jardiel Carvalho-24.mar.2023/Folhapress

O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) gastou R$ 96,9 mil só em passagens para a Suíça para que a secretária Sonaira Fernandes, de Políticas para a Mulher, participasse de evento que propõe “ensinar os princípios bíblicos nas esferas de governo no mundo todo”. A viagem foi revelada pelo Painel.

De 6 a 10 de maio, Sonaira participou do “Uniting our Nations and Reconciling”, do ministério Parlamento e Fé, fundado em 2009, pelo pastor argentino Luciano Bongarrá.

Além das passagens para Genebra, a gestão estadual também bancou hospedagem e alimentação dos três, que custaram R$ 39 mil. Ao todo, a viagem custou R$ 135,9 mil aos cofres públicos.

A secretária-executiva Teresinha de Almeida Neves e o assessor técnico Lucas Malgueiro acompanharam Sonaira na Suíça. A viagem foi feita sem desconto salarial da secretária.

O objetivo do ministério Parlamento e Fé, segundo descreve o próprio pastor em entrevistas, é o de levar “a mensagem do Senhor” aos que estão em posição de autoridade.

“Parlamento e Fé quer estabelecer em cada Congresso, cada município, cada lugar, cada prefeitura do mundo um homem de Deus para que possa transmitir a mensagem transformadora de Jesus Cristo”, afirma Bongarrá, em vídeo.

A programação do evento foi composta majoritariamente de apresentações de pastores, como David Hausmann, da Suíça, Ben Hur, dos EUA, e Juan Bongarrá, da Argentina.

Evangélica, Sonaira é próxima de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), com quem trabalhou, e tem atuação política alinhada aos valores do bolsonarismo. Nas redes sociais, já escreveu que “o feminismo mata mais do que guerras e doenças” e é “o grande genocida do nosso tempo”.

Em nota, a Secretaria de Comunicação do governo de SP afirma que além da conferência, a comitiva também “cumpriu agenda na sede da ONU, onde estavam presentes o diplomata André Simas, coordenador de direitos humanos da Missão do Brasil em Genebra, e Celine Georgi, que integra o secretariado da CEDAW (Committee on the Elimination of Discrimination Against Women – Comitê da ONU de Eliminação da Discriminação contra Mulheres).

“O valor total gasto com a viagem inclui R$ 96,9 mil em passagens aéreas e R$ 39 mil em diárias. Importante esclarecer que o valor das diárias é fixo e baseado no local de destino do servidor, bem como sua divisa. Os recursos são utilizados para gastos de hospedagem e alimentação durante as missões oficiais, sendo de livre escolha dos servidores os locais de pernoite e refeições”, diz a nota.

Folha