Dino exige PF na segurança de Lula
Foto: Reprodução/TV Globo
O ministro da Justiça, Flávio Dino, defendeu nesta quinta-feira (22) a atuação da Polícia Federal na segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Historicamente, a tarefa era competência de militares, representados pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Desde o início do ano, porém, está a cargo de uma secretaria extraordinária vinculada ao gabinete pessoal de Lula.
Chefiado pelo delegado da PF Aleksander Oliveira, o órgão funcionará somente até o próximo dia 30. Com a proximidade da data, articulações para um eventual retorno ao GSI ganharam corpo (veja mais abaixo).
Questionado pela TV Globo, Dino disse reconhecer a importância do GSI, mas defendeu o trabalho de policiais federais.
“O presidente Lula está colhendo opiniões. É claro que reconhecemos a importância do GSI, mas defendemos a atuação da Polícia Federal, que tem sido muito elogiada e reconhecida, e que corresponde em larga medida a padrões internacionais”, afirmou em coletiva à imprensa.
Segundo o ministro, Lula vai decidir na próxima semana qual estrutura ficará a cargo da segurança presidencial. A decisão será tomada em conjunto com o vice-presidente, Geraldo Alckmin.
Isso porque, além de Lula, a área também é responsável pela segurança de Alckmin, da primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, e familiares do petista.
Na última terça (20), o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, declarou que a segurança de Lula voltará ao comando do GSI. Ele indicou, no entanto, que poderá haver participação de civis.
“O presidente [Lula] terá a liberdade de que convidar quem ele entender que deve compor [o órgão], independente de ser Polícia Federal, policial militar, ou membros das Forças Armadas. Será montado um modelo híbrido, mas sob coordenação do GSI”, disse.
Nesta semana, a disputa pelo comando da segurança de Lula se intensificou depois de uma declaração do ministro-chefe do GSI, general Amaro. Em entrevista ao portal “Poder360”, ele avaliou que uma eventual saída da PF da tarefa “não traz nenhum problema”.
Segundo o blog da jornalista Andréia Sadi no g1, agentes da Polícia Federal ficaram incomodados com a declaração, que foi avaliada como arrogante e desrespeitosa.
Ao blog, membros da corporação disseram aceitar uma divisão de competências:
No início do ano, em entrevista à GloboNews, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, fez defesa semelhante. À época, disse que “nenhum país estruturado no mundo tem militares fazendo a segurança do seu presidente”.
De acordo com o blog, alas do Planalto divergem sobre a solução para a solução para o conflito.
De um lado, há defesa pela atuação conjunta da PF e do GSI, mas com militares no comando. Do outro, desconfiança com o GSI, formada a partir do histórico recente de servidores envolvidos com a invasão das sedes dos Três Poderes.