Evangélicos pressionam Lula a vetar opiniões do Conselhão
Foto: Edilson Dantas/Agência O Globo
A Frente Parlamentar Evangélica (FPE) emitiu nesta quarta-feira uma nota em repúdio a publicações recentes de um dos integrantes do Conselhão do presidente Lula (PT). No Twitter, o conselheiro Wilson Ramos Filho tem feito postagens com críticas ao setor religioso. De acordo com a bancada, os “comentários maldosos têm um único propósito, o de escarnecer de milhares de brasileiros que professam a fé cristã”.
Em um das publicações feitas pelo conselheiro, sobre o ex-procurador Deltan Dallagnol e o ex-juiz federal Sergio Moro, o aliado do governo chega a afirmar que ‘a maioria dos evangélicos é composta de pessoas ruins’.
“Esses sujeitos estimulam as pessoas decentes a ficarem cada vez mais crentofóbicas. Somente as pessoas intrinsecamente más ainda os apoiam. Não são todos, mas a maioria dos evangélicos é composta de pessoas ruins”, publicou no dia 20 de maio, após a participação dos ex-integrantes da operação Lava-Jato na Marcha Para Jesus.
Em outro post, de 15 de maio, comenta o caso do pastor Valdemiro, que levou um golpe de R$ 800 milhões e terminou despejado. “Rezou pouco ou Deus não existe?”, escreveu.
Diante das manifestações públicas, a FPE evocou o artigo quinto da Constituição Federal, que prevê a liberdade religiosa. A bancada afirma que as publicações caracterizam intolerância religiosa.
“Assim, a Lei nº 7.716, de 1989, nesse aspecto, estabelece punição aos crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Esta lei, portanto, tipifica uma gama de condutas que caracterizam crimes de intolerância, inclusive religiosa.
O integrante do Conselhão é empresário, pós-doutor e professor de Direito do Trabalho e de Direito Sindical na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Além disso, Ramos Filho é coordenador do Grupo de Pesquisas sobre a Lawfare e preside o Conselho Curador do Museu da Lava Jato.
O GLOBO entrou em contato com o conselheiro Wilson Ramos Filho e aguarda manifestação. A Secretaria de Relações Institucionais, ao qual o Conselhão é acoplado, também foi acionada. O espaço permanece aberto para esclarecimentos.