
GDias depõe hoje à CPMI do Golpe
Foto: Charles Sholl/Brazil Photo Press/Folhapress
O general Marco Edson Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), é esperado para prestar depoimento, a partir das 10h desta quinta-feira, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). O grupo investiga as invasões e depredações dos prédios públicos em Brasília no dia 8 de janeiro.
O ex-ministro do GSI trabalhou no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e saiu após ser flagrado por câmeras de segurança interagindo com os autores dos ataques dentro do Palácio do Planalto. Na semana passada, após parlamentares governistas rejeitarem o pedido para ouvir o general na CPI mista do Congresso Nacional, eles tratam a oitiva dele na CLDF como uma espécie de teste.
Ao GLOBO, governistas afirmaram que irão acompanhar o depoimento de longe. Na avaliação de alguns deles, a participação de GDias poderá dar pistas sobre qual melhor estratégia a ser usada pela base na ida dele à CPI do Congresso, também já aprovada.
Na Câmara Legislativa do DF ele será ouvido a partir de um requerimento de convite feito pelo presidente da CPI, o deputado distrital Chico Vigilante, do próprio PT. O deputado afirma que não houve pressão por parte do governo ou mesmo do PT para que ele cancelasse a participação de GDias na CPI do DF.
Para a oitiva desta quinta-feira, o general foi convidado e não convocado, o que significa que ele não é obrigado a comparecer. O deputado Chico Vigilante, no entanto, afirma que há um acordo para que ele vá ao colegiado.
Na CPI do 8 de janeiro no Congresso, GDias foi um dos campeões de pedidos de convocação. A maioria foi apresentado por parlamentares da oposição, como Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e delegado Ramagem (PL-RJ), mas também há da base do governo, como Rafael Brito (MDB-AL) e Duarte (PSB-MA).
Para oposição, GDias é um personagem crucial nas investigações e tem sido o alvo preferido de críticas de suposta negligência do governo nas invasões aos prédios públicos ocorridas no 8 de janeiro. Embora tenha maioria na CPI, o governo avalia que a oposição vá explorar documentos que apontem suspeita de falha de avaliação do risco de invasão.