Lula diz que FMI errou sobre crescimento do Brasil
Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira que está seguro de que o Fundo Monetário Internacional (FMI) errou ao prever um crescimento de apenas 0,9% para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil este ano. Na avaliação de Lula, o Brasil deve crescer entre 2% e 2,5% ou “até um pouco mais”.
Lula falou sobre o assunto ao conceder hoje entrevista para um consórcio de quatro rádios de Goiás, onde ele estará na sexta-feira para inauguração da ferrovia de Rio Verde.
“Eu estive em Hiroshima, no Japão, na semana passada, por conta do G7, e lá eu tive oportunidade de conversar com a diretora do FMI (Kristalina Georgieva), que fazia previsão de crescimento de 0,9% do PIB aqui no Brasil. Disse que queria encontrar ela no fim do ano, porque vou na Índia numa reunião do G20, e quero provar para ela que ela estava errada com relação ao PIB brasileiro. Nós vamos crescer mais do que 0,9%, nós vamos crescer acima de 2%, 2,5% e, se acontecer o que eu estou pensando, a gente pode até crescer um pouco mais”, disse.
Segundo Lula, as expectativas feitas pelo mercado sobre o PIB não levam em consideração o aquecimento do consumo, que deve acontecer, na visão dele, a partir da retomada de programas sociais.
“A primeira coisa que fizemos foi retomar todas as políticas sociais que estavam funcionando corretamente, políticas sociais vão irrigando dinheiro na base desse país, para o pequeno produtor, para o pequeno empreendedor, para as pessoas do Bolsa Família que estão na previdência social esperando a sua fila para se aposentar”, complementou.
Lula foi questionado sobre como fará para conseguir conquistar o apoio do eleitorado ligado ao agronegócio, que, nas eleições do ano passado, votou no ex-presidente Jair Bolsonaro. Sobre isso, ele defendeu que não trabalha para “agradar um setor ou outro”, mas, em seguida, fez acenos aos produtores rurais ao dizer que pretende retomar taxas de juros mais baixas para a compra de equipamentos agrícolas.
“O Brasil vai voltar a ser o que era entre os anos de 2008 e 2010, quando a gente crescia até 7,5% e o varejo vendia muito. Eu não trabalho tentando agradar um setor ou outro, eu trabalho para dar condições melhores para 215 milhões de pessoas, incluindo o agronegócio. Se você conhece alguém muito reacionário, muito anti-Lula, pergunte se teve algum período melhor para ele do que no meu governo. Nos governos do PT, o agronegócio pagava juros de 2% em máquinas e colheitadeiras; hoje o agronegócio paga 18% ao ano”, defendeu.