Pesquisa diz que Bolsonaro é cabo eleitoral fraco
Foto: Reprodução/Quaest
Segundo pesquisa da Quaest, o apoio de Jair Bolsonaro a um candidato a presidente aumenta a chance de 33% dos eleitores votarem nele, mas provoca o efeito oposto — rejeição — em 41% do eleitorado. O candidato presidencial endossado por Bolsonaro teria que lidar com saldo político negativo. Ou seja, ele corre o risco de alienar mais eleitores do que ganhar com seu apoio.
Para um candidato que não tem cacife eleitoral próprio, o endosso do ex-presidente é indispensável. É o caso de Michelle Bolsonaro. Sua eventual candidatura só existiria com o aval do marido — e do dono do PL, Valdemar Costa Neto. Michelle é quem 24% das pessoas que votaram em Bolsonaro em 2022 acham que deveria receber apoio do ex-presidente em 2026.
Para um terço dos eleitores de Bolsonaro, no entanto, ele deveria apoiar Tarcísio de Freitas (Republicanos). O governador de São Paulo é o favorito para receber a bênção do chefe não só de 33% dos bolsonaristas, mas também de 16% dos eleitores que não foram votar, anularam o voto, optaram pelo voto em branco ou dizem não se lembrar qual foi sua opção em 2022. Embora tenha sido eleito governador graças a Bolsonaro, Tarcísio tem uma plataforma e uma caneta próprias para se projetar. Para ele, o apoio de Bolsonaro soma, mas também subtrai eleitores. Se não houver um candidato forte à sua direita, Tarcísio pode fazer campanha de motu proprio e contar com o voto automático dos antilulistas sem ostentar Bolsonaro em seu palanque.
Por isso, os 33% de eleitores que Bolsonaro carrega consigo hoje (até a eleição muito pode mudar, claro) têm um peso muito diferente dependendo de quem sejam os candidatos contra Lula em 2026. Se o bolsonarismo rachar em mais de uma candidatura, Bolsonaro perde poder. E se o candidato for alguém como Tarcísio, com fôlego próprio, também nesse caso o ex-presidente terá menos influência.