TV Cultura reage a tentativa de Tarcísio de aparelhamento

Destaque, Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Reprodução

Secretária da Cultura do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), Marilia Marton sugeriu a indicação do cineasta Josias Teófilo para o conselho curador da Fundação Padre Anchieta, que mantém a TV Cultura.

Após reação imediata de reprovação de alguns conselheiros, indicou Aldo Valentim, que foi secretário nacional da Economia Criativa e Diversidade Cultural do governo Jair Bolsonaro. A indicação será votada na quarta-feira (14).

A obra mais conhecida de Teófilo é o documentário “O Jardim das Aflições”, sobre o escritor Olavo de Carvalho, de quem foi aluno.

Marton indicou o nome de Teófilo durante a última reunião do conselho, em 10 de maio. A sugestão gerou indignação imediata em alguns conselheiros, diz a secretária ao Painel, que relata que alguns inclusive afirmaram que deixariam o órgão caso o cineasta se tornasse um par.

A secretária destaca que não desistiu e que pode tentar indicar o cineasta em novas oportunidades.

A titular da Cultura afirma que seguiu instruções que recebeu do próprio conselho ao sugerir o nome de Teófilo: apresentar alguém com perfil diverso, jovem e pertencente ao audiovisual.

“As frases que ouvi lá não fizeram o menor sentido. ‘O que ele faz eu não gosto’. Só sou tolerante com o que eu quero ouvir, com o que eu não quero eu não sou. Acho que parte do problema é o próprio conselho ser mono. Se fosse múltiplo a sua atuação seria melhor”, afirma à coluna.

As indicações precisam de assinaturas de oito conselheiros para que sejam apreciadas pelo órgão, que tem 43 membros.

Na quarta (14), além de Aldo serão apreciados o jornalista e professor Eugênio Bucci e a professora e secretária municipal da Justiça de São Paulo, Eunice Aparecida de Jesus Prudente.

Teófilo classifica o episódio como lamentável e diz que, assim como a secretária, pretende insistir na tentativa de participar do conselho, função que não é remunerada.

“Eles [governo] quiseram me indicar justamente para ter diversidade de pensamento. E diversidade tem que ser diversidade mesmo. E algumas pessoas do conselho disseram que não sentam comigo, o que é um absurdo. Eles mostraram que não estão abertos à liberdade de pensamento. Isso é um absurdo numa instituição que recebe dinheiro público”, diz o cineasta, diretor de “Nem Tudo Se Desfaz”, de 2021.

Ainda que conservador e eleitor de Bolsonaro, Teófilo foi um crítico da gestão cultural da gestão do ex-presidente, especialmente do grupo do ex-secretário da Cultura Mário Frias (PL-SP), que hoje pressiona a administração Tarcísio por mais espaço e participação na gestão de Marilia Marton.

Folha