Um fascista a menos na Itália

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Foto: Stefano Montesi – Corbis/Getty Images

Silvio Berlusconi, ex-primeiro-ministro da Itália, morreu aos 86 anos na manhã desta segunda-feira, 12. A informação foi confirmada à agência de notícias Reuters por duas fontes próximas ao político. Berlusconi estava internado no hospital San Raffaele, em Milão, e era acompanhado de sua esposa, Marta Fascina, e seus filhos, segundo reportado pela mídia italiana. Recentemente, o político foi diagnosticado com leucemia. Nos últimos anos, desde que foi internado com Covid-19 em setembro de 2020, também desenvolveu um quadro de infecção pulmonar. No último 5 de abril, o ex-premiê italiano foi hospitalizado para tratamento da doença pulmonar e permaneceu na UTI por mais de um mês. Há dois dias, Berlusconi foi internado mais uma vez para realizar exames de rotina, mas seu estado de saúde piorou rapidamente e ele não resistiu. Eleito três vezes ao mesmo cargo entre 1994 e 2011, Berlusconi é figura altamente controversa na Itália, tendo sido condenado por fraude fiscal em 2013 e proibido de participar de eleições gerais por seis anos. Devido à sua idade avançada, o ex-premiê de 85 anos foi sentenciado a cumprir apenas serviços comunitários em um asilo. O empresário ainda enfrenta processo judicial por suposto suborno de testemunhas em um caso de prostituição de menores ligado às suas famosas “festas sexuais”, chamadas de “bunga bungas”. Em fevereiro, um tribunal italiano inocentou o ex-premiê de acusações de ter subornado testemunhas no caso de prostituição infantil que o persegue há mais de uma década. Ele era suspeito de ter pago pelo silêncio de 24 pessoas – mulheres jovens convidadas para suas festas – para mentirem em um julgamento de 2015. À época, o ex-primeiro-ministro foi absolvido, por falta de provas, da acusação de ter feito sexo com uma menor de idade em uma das festas. Eleito para o Senado novamente em setembro passado, o magnata das mídias é um velho amigo de Vladimir Putin e tem causado controvérsia por suas críticas ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky – o governo da atual primeira-ministra, Giorgia Meloni, apoia o país invadido, e ela inclusive visitou Kiev no início deste ano. O partido de Berlusconi, Força Itália, integra a coalizão de direita de Meloni, mas não tem um papel ativo na administração.

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