Bolsonarismo aposta em CPI do MST contra inferno astral
Foto: WILTON JUNIOR/ /ESTADAO
Principal instrumento da oposição na Câmara dos Deputados, a CPI do MST prepara para esta terça-feira, 11 de julho, a votação de requerimentos para convocar o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Gonçalves Dias, além do ministro da Casa Civil, Rui Costa. Trata-se de uma ofensiva para desgastar o governo do presidente Lula (PT).
À Coluna, líderes da oposição na CPI do MST explicam que a ideia é aprovar os requerimentos para garantir as convocações em agosto. Isso acontece porque o recesso parlamentar se aproxima e não há mais tempo para ouvir os convocados antes da interrupção dos trabalhos do parlamento.
Com as convocações, a oposição bolsonarista terá uma agenda positiva após a aprovação da reforma tributária e o racha causado pelo posicionamento do ex-presidente Jair Bolsonaro na última semana.
Gonçalves Dias é um dos principais alvos da oposição ao governo Lula e seu depoimento também é esperado na CPMI do 8/1. O general foi exonerado em 19 de abril após a divulgação de imagens das câmeras de segurança internas do Palácio do Planalto durante os ataques golpistas. Ele e outros servidores do GSI foram gravados indicando aos invasores a saída do prédio e dando água aos manifestantes.7
À Coluna, opositores explicam que vão questioná-lo sobre as invasões de terra ocorridas no país. Isso porque a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), subordinada ao GSI, monitora invasões e ocupações feitas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Já Rui Costa é um alvo de primeira hora da CPI do MST. O ministro, aparentemente, havia conseguido se livrar da convocação graças a um acordo entre oposição e governo no colegiado. O posicionamento do PSOL na comissão, porém, inviabilizou a negociação e ministro-chefe da Casa Civil acabou convocado.
Além dos requerimentos de G. Dias e Rui Costa, a Comissão também deve votar a convocação do presidente da Suzano, Walter Schalka. O empresário deve falar sobre as invasões ocorridas em quatro fazendas da companhia.
A oposição também se prepara para ouvir logo após o recesso tanto o presidente do MST, João Pedro Stédile, quanto o líder da Frente Nacional de Lutas Campo e Cidade (FNL), José Rainha Junior.