Bolsonaristas seguem atacando Tarcísio
Foto: Governo do Estado de São Paulo/Divulgação
Apesar da paz selada com o clã Bolsonaro após ter sido hostilizado em reunião do PL, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) continua sofrendo ataques e críticas nas redes sociais por parte da militância bolsonarista.
O apoio à reforma tributária não é mais o teor das críticas ao ex-ministro da Infraestrutura de Jair Bolsonaro (PL). Nas redes sociais, Tarcísio tem sido cobrado por acenos dados ao centro e à esquerda e sobre a possibilidade de que o seu partido, o Republicanos, tenha um ministério no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Desde segunda-feira (10/7), tem circulado um vídeo em canais do Twitter e do Telegram com elogios de Tarcísio ao Supremo Tribunal Federal (STF) durante evento do IDP, que tem o ministro Gilmar Mendes como sócio-fundador, em Portugal.
Nos trechos destacados, Tarcísio disse que a democracia é “forte, vibrante, revigorada” e acrescentou que o Brasil tem “um guardião da Constituição que tem funcionado muito bem nos últimos tempos”, em referência ao STF, alvo de ataques de Bolsonaro e sua militância digital.
A fala do governador tem sido utilizada por alguns influenciadores de direita para tachá-lo de traidor, já que Tarcísio é apontado como possível sucessor de Bolsonaro na política com a inelegibilidade do ex-presidente até 2030.
Boa parte das publicações omitiu a data da participação de Tarcísio no evento: 26 de junho, quatro dias antes da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e na semana anterior ao encontro na sede do PL.
Além disso, no discurso de 10 minutos de Tarcísio no evento do IDP, o governador também criticou a “judicialização da política”, uma das pautas mais defendidas por Bolsonaro e seus seguidores nas redes.
No domingo (9/7), em sua primeira agenda pública desde a reunião com o PL, Tarcísio afirmou que sempre seria “leal” a Bolsonaro: “Se eu estou aqui, eu devo a ele”, disse o governador sobre o padrinho político.
Tarcísio teve uma reunião com Bolsonaro na última sexta-feira (7/7), em Brasília, onde os dois selaram a paz. Antes, o governador já havia dado à equipe de São Paulo o recado para que enterrassem qualquer conversa que o projetasse como eventual líder de uma “nova direita” com atuação na política sem a participação do ex-presidente.