
Bolsonaro agora diz que Silveira e Do Val são “malucos”
Foto: Marlene Bergamo – 25.jun.2023/Folhapress
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) volta a depor na Polícia Federal nesta quarta-feira (12), sob suspeita de envolvimento em um plano golpista com o senador licenciado Marcos do Val e o ex-deputado Daniel Silveira, hoje preso.
O próprio senador revelou que o plano era gravar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para depois questionar sua isenção para comandar as eleições na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e questionar o próprio pleito presidencial.
Bolsonaro vai dizer que recebeu, sim, Do Val e Daniel Silveira no Palácio da Alvorada quando era Presidente da República, mas que ficou só ouvindo o que os dois falavam.
Em conversa por vídeo de WhatsApp com a coluna, o ex-presidente afirmou que ficou “apenas olhando para a cara dos dois”, sem participar de nada. E que “nunca havia conversado na minha vida” com Do Val antes desse encontro.
Ele afirma ainda que, na conversa, Daniel Silveira ficou tentando arrancar do senador informações sobre o magistrado, sem sucesso.
E ironiza a dupla: “É esse o pessoal que queria dar um golpe”.
“É mais um tiro n’água contra mim”, afirma Bolsonaro. “Enquanto isso, tem três militares ligados a mim presos. Ou melhor, dois, já que o [tenente-coronel Mauro] Cid não é mais meu [não integra sua equipe]. E mais de 250 cidadãos também presos [por participarem dos atos golpistas de 8/1]”.
A defesa do ex-presidente vai invocar também mensagens do celular do senador Do Val encaminhadas a Bolsonaro e que teriam sido originalmente enviadas a Alexandre de Moraes. Nelas, o parlamentar tentava marcar um encontro com o ministro.
Nelas, Do Val afirma ao magistrado que o deputado Daniel Silveira estaria “fazendo toda a movimentação com o objetivo de levá-lo à perda de função de ministro e até ser preso”.
Bolsonaro, de acordo com a mensagem do celular apreendido, teria respondido apenas: “Coisa de maluco”.