Bolsonaro vai acusar aliados leais por golpismo
Foto: Vista Patria
A colunista da Folha de S. Paulo Mônica Bergamo revelou que a estratégia de Jair Bolsonaro (PL) no depoimento de hoje à Polícia Federal será dizer que o senador Marcos do Val (Podemos-ES) e o ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) queriam dar o golpe. A intenção da defesa do ex-presidente é mostrar que ele não teve qualquer participação na conspiração golpista da dupla.
Os advogados de Bolsonaro vão invocar uma mensagem de Do Val a Alexandre de Moares dizendo que Silveira ‘estaria armando para derrubá-lo’. Do Val fotografou esta mensagem e a mandou para Bolsonaro, como uma isca para Moraes morder e eles poderem gravá-lo e derrubá-lo. Uma coisa de louco, com o Bolsonaro dizendo que eles chegaram lá com essa conversa e que ele não participou de nada.
Mônica Bergamo, colunista da Folha de S. Paulo
Em conversa com Bolsonaro, Bergamo disse que o ex-presidente se mostrou “tranquilo” para o depoimento à PF. A colunista apurou que ele tentará desqualificar Do Val e Silveira (PTB-RJ) para reforçar a tese de que não teve qualquer envolvimento no plano deles e foi um mero ouvinte do que lhe foi apresentado.
Ontem, conversei com Bolsonaro sobre isso. Ele falou que está tranquilo, não tem nada a ver com isso> Bolsonaro disse ‘essas são as pessoas que queriam dar um golpe’, desqualificando Do Val e Silveira, colocando-os como pessoas desastradas.
Mônica Bergamo, colunista da Folha de S. Paulo
O CEO da Quaest Felipe Nunes avaliou que o mercado “está em lua de mel” com Fernando Haddad. Pesquisa divulgada hoje pela consultoria mostra que o ministro da Fazenda teve um salto na avaliação positiva: de 26% para 65%. Nunes explicou que os bons resultados obtidos por Haddad ao longo dos últimos meses foram decisivos para o mercado começar a deixar de lado a desconfiança em relação ao governo Lula
O que gerou isso? O mercado olha para a condução da política econômica e diz que ela está indo na direção certa, aprova a proposta da nova meta de inflação contínua e acredita que o governo será capaz de aprovar a agenda que precisa no Congresso. Isso tudo somado dá ao Haddad poder político. Ou seja: o mercado está em lua de mel e indo para Maldivas com Haddad neste momento.
Felipe Nunes, CEO da Quaest.
Josias de Souza mostrou-se crítico ao analisar a atuação da CPI dos atos golpistas e o silêncio do tenente-coronel Mauro Cid. O colunista avaliou que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro “escorregou na casca de banana” ao se calar e nem responder sua idade, mas questionou a eficiência do trabalho da comissão.
A CPI está arrombando portas já arrombadas pelo STF e Polícia Federal. Dali, não vai sair nenhuma novidade capaz de revolucionar as investigações. A CPI está muito despreparada. Estão ouvindo depoimentos sobre personagens dos quais não tiveram a precaução de reunir dados antes de inquiri-los. A CPI está se revelando inútil. Com dois meses, já deveria ter apresentado algum resultado prático.
Josias de Souza, colunista do UOL.