Deputada comemora investigação de pastor homofóbico

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Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados

A deputada federal Erika Hilton usou o Twitter, nesta terça-feira (4/7), para celebrar a abertura da investigação por possível crime de homofobia cometido pelo pastor André Valadão, durante a transmissão de um culto religioso.

“VITÓRIA! O Ministério Público abriu uma Investigação Criminal contra o Pastor André Valadão após reiterados crimes de LGBTfobia, graças aos pedidos feitos por mim. LGBTfobia é crime! Chega de impunidade e de incitar a violência contra nossa comunidade”, escreveu a parlamentar.

 

A investigação para a apurar os comentários do líder religioso será comandada pelo Ministério Público Federal (MPF). André Valadão é pastor da Igreja Batista da Lagoinha. O que será apurado é uma declaração feita pelo religioso em que ele faz um comentário que pode ser interpretado como uma alusão à comunidades LGBTQIA+.

“Agora é a hora de tomar as cordas de volta e dizer: Pode parar, reseta! Mas Deus fala que não pode mais. Ele diz, ‘já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi que não posso’. Agora tá com vocês”, diz Valadão na gravação do culto, que viralizou nas redes.

A denúncia feita pela deputada Erika Hilton foi enviada ao MP na segunda-feira (3/7). Ela argumentou que o pastor cometeu incitação ao crime. Na denúncia, Hilton pede ainda que Valadão seja instado a “suspender a circulação nas redes sociais das manifestações por ele realizadas, em vista do evidente caráter criminoso de seu conteúdo”.

De acordo com a representação da deputada, Valadão já havia feito “incitações ao ódio” no início de junho, quando realizou um culto na Flórida com o tema Deus Odeia o Orgulho, referência ao mês do orgulho LGBTQIA+. O caso levou a abertura de um Procedimento Investigatório Criminal, dentro do qual a nova denúncia foi feita.

O procurador regional dos Direitos do Cidadão (PRDC) no Acre, Lucas Costa Almeida Dias, é o responsável pelo procedimento.

Nas redes sociais, Valadão se justificou e disse estar citando um trecho bíblico:

“Eu uso o termo que está no livro de Genésis, quando Deus a partir do dilúvio destrói toda a humanidade por causa da promiscuidade sexual, a libertinagem (…) Minha palavra deixa claro que os dias seriam como os dias de Nóe. Mas a diferença é que Deus não tem como recomeçar a humanidade. Dentro disso, na minha pregação, deixo claro que cabe a nós puxarmos as cordas e a nós ‘resertamos’. Não digo matarmos, pelo amor de Deus, gente”, diz Valadão, no vídeo”.

 

Correio Braziliense