Direitas começam a testar nomes alternativos a Bolsonaro
Foto: PEDRO KIRILOS / ESTADÃO
Caciques de centro-direita adotaram quase um mantra para responder aqueles que apostam no governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como candidato a presidente em 2026. Repetem que estão focados em testar a viabilidade do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e destacam que “quem vence no Estado ganha a corrida ao Planalto”.
No entanto, o mineiro não tem arranque inicial. Ele enfrenta resistências dos bolsonaristas, principalmente pela falta de empenho na campanha do ex-presidente, no primeiro turno em 2022.
Além disso, Zema não é conhecido nacionalmente e não tem carisma suficiente, na avaliação do grupo. “É como um fusquinha correndo ao lado de uma Ferrari”, diz um dos integrantes do Republicanos, ao comparar a capacidade de votos dois governadores.
Então, de forma articulada, também fazem alguns balões de ensaio. O governador Ratinho Júnior (PSD-PR), a senadora Tereza Cristina (PP-MS) e o deputado Ricardo Salles (PL), além da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, têm os nomes ventilados.
Nos bastidores, porém, a estratégia principal é evitar desgastes a Tarcísio e manter o nome dele viável como presidenciável para 2026. “É vantajoso ter o governador cotado para presidente porque ele fica na vitrine. Mas não pode correr o risco de se queimar com antecipações eleitorais”, diz um dos caciques do entorno de Tarcísio.
O presidente do PSD, Gilberto Kassab, por exemplo, já aconselhou o governador Tarcísio a observar os “equívocos” dos ex-governadores José Serra e João Doria, que se projetaram como candidatos à Presidência nos primeiros mandatos à frente do Executivo paulista e não tiveram sucesso na estratégia.