Governadores bolsonaristas criarão escolas militares

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Foto: O Globo

Após Lula (PT) ter anunciado o encerramento do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim) — uma das marcas do governo de Jair Bolsonaro (PL) — governadores de dez estados e do Distrito Federal comunicaram em suas redes sociais que regulamentarão a estrutura estadualmente e ainda prometeram ampliar o número de instituições. Nomes como Cláudio Castro (RJ), Romeu Zema (MG), Tarcísio de Freitas (SP) estão entre os titulares que contrariaram o governo federal.

Além de Minas, Rio e São Paulo, governadores de outras oito unidades federativas também manterão a estrutura: Jorginho Mello (SC), Ratinho Júnior (PR), Ronaldo Caiado (GO), Jerônimo Rodrigues (BA), Ibaneis Rocha (DF), Helder Barbalho (PA), Gladson Cameli (AC), Mauro Mendes (MT) e Marcos Rocha (RO).

No Rio de Janeiro, tanto Castro quanto o prefeito da cidade, Eduardo Paes, anunciaram a manutenção das escolas já existentes. O governador afirmou que há 16 unidades no estado fluminense e que pretende ampliar o número:

” Atendemos aproximadamente 10 mil alunos. Portanto vamos manter essas escolas já existentes. Nossa estratégia é ainda ampliá-las, já que elas se enquadram como escolas vocacionais e estão no escopo do novo ensino médio. Vamos em frente!”, disse Cláudio Castro (PL) nesta quinta-feira.

Já em São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) prometeu editar um decreto para regular o programa estadual e ampliar o número de unidades de ensino neste formato. O paulista afirmou saber a importância deste tipo de instituição por ter sido aluno de colégio militar. Como noticiou o GLOBO, a medida não estava nos planos de Tarcísio, mas serviu como afago aos parlamentares da base bolsonarista.

O governador mineiro aproveitou a ocasião para exaltar a bandeira da educação. “A tradição, a disciplina e o prestígio de uma das instituições mais respeitadas do mundo, agora se unem ao trabalho de ensino dos mineiros. Aqui a educação é sempre prioridade”, disse. No estado, há 16 escolas desta modalidade, sendo nove estaduais.

Além dos doze estados, há casos ainda como o do Piauí. Apesar do governador Rafael Fonteles (PT) não ter se manifestado sobre o tema, prefeitos dos municípios com escolas cívico-militares afirmaram que as instituições serão mantidas.

Na última terça-feira, o Ministério da Educação (MEC) informou os secretários estaduais de Educação o encerramento do Pecim. O programa criado em 2019 atendia mais de duzentas escolas que, agora, serão reintegradas à rede regular de ensino. Ao longo da gestão de Bolsonaro, a iniciativa recebeu críticas pelo alto investimento e baixa adesão.

O Globo