Lula tem estratégia para interromper sanções contra Venezuela
Foto: Ricardo Stuckert
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que haverá “autoridade moral” para pedir o fim das sanções à Venezuela caso haja consenso sobre as eleições no país. Ele comentou o caso durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira (19/7) em Bruxelas, Bélgica. Para Lula, as sanções, especialmente, são “absurdas”. O petista disse ainda estar satisfeito com a reunião de segunda-feira (17), que resultou na possibilidade de levantar os embargos europeus ao país.
“Se eles [governo e oposição] se entenderem com relação às regras e à data das eleições, acho que nós temos a autoridade moral de pedir o fim das sanções”, disse Lula. “Gostei da reunião. Não esperava resultado. Esperava que a gente tivesse a compreensão de que a solução da questão da Venezuela é do povo venezuelano”, acrescentou o presidente. Ele citou também as sanções impostas pelos Estados Unidos, que classificou de “absurdas”.
Ontem (18), os presidentes do Brasil, França, Colômbia, Argentina, bem como o Alto Representante da União Europeia (UE) para Relações Exteriores e Política de Segurança, assinaram uma declaração conjunta pedindo que o governo de Nicolás Maduro e a oposição cheguem a um consenso para realizar eleições livres no ano que vem. Caso isso seja cumprido, as sanções impostas pela UE devem ser levantadas.
No encontro de segunda, estiveram presentes ainda a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, e o negociador-chefe da Plataforma Unitária da oposição venezuelana, Gerardo Blyde.
“O que eu sinto? Depois de tanto de briga, todo mundo está cansado. Sinto que a Venezuela está cansada. O povo quer encontrar uma solução. É bom você brigar um mês, dois meses, um ano, dois anos, quatro anos… Mas a vida inteira?”, questionou ainda o presidente Lula. Para ele, todos os presentes saírem satisfeitos com as tratativas.
Até o momento, o governo de Maduro sinalizou que não permitirá observadores europeus nas eleições, um dos pedidos contidos na declaração, e vem impedindo que os opositores participem do pleito ao retirar, por exemplo, seus direitos políticos.