Mercado espera selic de 12% com inflação em queda

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Foto; Lula Marques/Agência Brasil

As atenções do mercado financeiro, e também do Palácio do Planalto, estão voltadas para a reunião do Comitê de Política Monetária, o Copom, que decide nessa semana os rumos da taxa básica de juros da economia brasileira. Para a redução da Selic, que está em 13,75% ao ano, o Banco Central colocou a desaceleração da inflação como ponto fundamental. Na visão do mercado financeiro, o índice de preços irá desacelerar um pouco além do projetado nas semanas anteriores, o que aumenta a visão por um corte da taxa de juros. Segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 31, o mercado vê o IPCA, a inflação oficial do país, a 4,84% ao final deste ano. A projeção segue acima do teto da meta, de 4,75% ao ano, porém mais próxima do que já esteve. Na semana anterior, o mercado estimava o IPCA em 4,90% e há quatro semanas, em 4,98%. Também há projeção de desaceleração para o índice de inflação em 2024. O mercado baixou ligeiramente a projeção de 3,90% para 3,89%, o que está acima do centro da meta, de 3%, mas dentro do teto de 4,5% ao ano.

As deflações registradas em junho e na prévia de julho da inflação corroboram a visão pelo corte na taxa básica de juros. Como mostra reportagem de capa de VEJA desta semana, há um consenso formado sobre a queda na Selic, porém o patamar — de 0,25 ou 0,5 ponto percentual — divide as apostas. Há grande pressão vinda do governo e de setores produtivos para o corte de 0,5 ponto, enquanto há quem aposte no corte menor, seguindo o histórico mais conservador da autoridade monetária. O mercado financeiro vê espaço para cortes. No Focus, os analistas mantiveram a projeção da Selic em 12% ao fim do ano, indicando espaços adicionais para cortes nas quatro reuniões até o fim deste ano. A projeção é 1,75 ponto menor que a taxa vigente hoje. Além da reunião desta semana, o Copom se reúne outras três vezes até o fim de 2023. Para 2024, o mercado aposta na Selic em 9,25%, abaixo dos 9,5% projetados na semana anterior. Em 2025 e 2026, também houve revisão da taxa: de 9% para 8,75% e de 8,63% para 8,5%, respectivamente. Além da desaceleração da inflação, o andamento da agenda econômica no Congresso, com a aprovação de reformas e principalmente uma arrumação fiscal, a ser feita pelo novo arcabouço, corroboram as apostas por quedas da taxa de juros.

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