Presidente do TCU chama Moro e Dallagnol de “pistoleiros”
Foto: Gabriela Biló – 26.set.2022/Folhapress
O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) acesso completo a mensagens de procuradores da Operação Lava Jato apreendidas na Operação Spoofing.
As conversas, travadas em 2018, mostram o então procurador Deltan Dallagnol dizendo que faria uma nota “dura” contra Dantas por causa de uma entrevista que ele concedeu ao jornal O Globo criticando decisões do então juiz Sergio Moro no âmbito da Operação Lava Jato.
Na época, Moro tentava proibir o uso de provas da Lava Jato contra delatores e empresas que assinaram acordos de leniência com a força-tarefa de Curitiba (PR).
Dantas definiu a decisão de Moro como “carteirada” e disse que somente o STF poderia retirar do TCU as provas compartilhadas pela Lava Jato.
Na época, Moro era tratado como uma espécie de herói por parte das autoridades de Brasília, e críticas a ele como as feitas por Bruno Dantas eram raras.
Nas falas a outros procuradores, Deltan revela que faria “nota sobre a manifestação do Bruno Dantas a pedido da JF”.
A desconfiança é de que Deltan se referia à Justiça Federal, ou seja, a Sergio Moro, que comandava a 13ª Vara Federal de Curitiba.
“Podemos estar diante de uma tentativa de coação institucional”, afirma o advogado Pierpaolo Bottini, que representa o presidente do TCU.
“Pedi ao STF cópia de todos os diálogos para avaliar providências legais. Se forem verdadeiros, comprovam o incesto havido na Lava Jato e revelam um bando de pistoleiros de aluguel recebendo uma encomenda de assassinato de reputação”, afirma Bruno Dantas.
Os procuradores não reconhecem oficialmente os diálogos como fidedignos.